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Relatório divulgado nesta terça-feira pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) informa que no ano passado 43 índios foram assassinados, seis a mais do que em 2004. Pelos dados do Cimi, a média de índios mortos no país é de 40,67 por ano no governo Lula, o dobro da média dos oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso, de 20,65. O vice-presidente do Cimi, Saulo Feitosa, atribui o aumento da violência à demora do governo federal em resolver os conflitos fundiários em áreas reivindicadas pelos índios.

- O governo tem um discurso falacioso de que está demarcando terras, mas isso não corresponde à realidade. A demanda por terra é muito grande e a tendência é o aumento da violência - disse.

O vice-presidente do Cimi também criticou a falta de diálogo do governo federal com os índios. Ele reclamou especialmente do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Segundo Feitosa, Bastos tem se recusado sistematicamente a receber líderes indígenas. O representante da Anistia Internacional no Brasil Tim Cahill disse que a violência é agravada pela fome em algumas aldeias, principalmente no Mato Grosso do Sul.

- Isso é até mais chocante quando sabemos que o combate à fome foi uma questão central neste governo - disse Cahil, que participou da solenidade de lançamento do relatório na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Depois da divulgação dos principais pontos do relatório, índios de Pernambuco entraram no auditório e fizeram longos discursos sobre brigas em suas aldeias e acabaram pondo fim à entrevista coletiva.

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