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Em seu depoimento na CPI dos Correios, o ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira disse que era responsável por indicar os integrantes do PT que ocupariam cargos no governo, mas fez questão de ressaltar que não era ele quem confirmava as nomeações. Ele disse que coordenava uma espécie de banco de dados, com cinco mil nomes de indicações do PT e de partidos aliados. A lista, disse Pereira, era encaminhada ao governo federal, que tomava a decisão de efetivar as nomeações.

- Nunca nomeei ninguém no governo federal. Quem nomeou foi o governo.

Sílvio Pereira admitiu conhecer o publicitário Marcos Valério, mas negou que tenha participado de qualquer discussão sobre empréstimo para o PT.

Confira os principais pontos do depoimento:

NOMEAÇÕES: "Nunca nomeei ninguém no governo federal. Quem nomeou foi o governo. Eu levava a demanda e o governo que processava as indicações. Não tem indicação pessoal do meu nome no governo. Eu indicava nomes para a diretoria de uma empresa. Não necessariamente era o nome que iria para aquela empresa. Às vezes, era para outro lugar."

PETROBRAS: "Nenhum membro da direção da Petrobras teve a minha indicação. Conheço alguns diretores, tenho relacionamento político com eles, mas não sei quem os indicou. O governo ou a própria Petrobras poderá explicar."

MENSALÃO: "Nunca tinha ouvido falar nesse assunto de mensalão."

EMPRÉSTIMOS: "O PT funciona da seguinte maneira: as diretrizes são de natureza coletiva, a execução é de responsabilidade individual. O Delúbio falou somente que estava contraindo empréstimos junto à rede bancária."

SKYMASTER: "Ele (Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster) ligou diversas vezes para a secretaria geral, dizendo que havia problemas entre a empresa e um membro do PT, que não lembro o nome. Recebi a Skymaster em um encontro super rápido, de no máximo 30 minutos, num hotel. Não consegui entender os problemas com o contrato. Ele explicou que se sentia prejudicado e citou o nome do membro do PT. Um nome difícil de assimilar. Não conhecia essa pessoa. A partir dali acabou minha participação nessa história da SkyMaster. Nunca mais dei prosseguimento a esse assunto."

VALÉRIO:"Meu primeiro encontro com Marcos Valério aconteceu em meados de 2003, nas dependências do PT, apresentado por Delúbio Soares. Eu coordenava o grupo de trabalho responsável pelas eleições municipais e tinha que fazer todos os planejamentos de campanha. Nunca participei de discussão de empréstimo para o PT em qualquer circunstância."

LULA: "Minha relação com o governo Lula acontece em dois níveis porque o presidente Lula é filiado ao PT e temos muitos assuntos políticos, mas o governo não acompanhava os meus passos. Eu representava o PT, assim como outros partidos da base aliada tinham seus representantes. Como era o partido principal do governo, evidentemente, eu era mais demandado. Mas, nem sempre o que eu indicava era cumprido."

WALDOMIRO DINIZ: "Tive alguns contatos, quando ele era subchefe. Era sempre o mesmo tema. Ele vinha falar das reclamações ou queixas dos parlamentares em relação ao governo."

SALA NO PLANALTO: "Reunia-me com parlamentares em salas de reuniões. Nunca tive salinha, nunca tive secretária. Procurava conciliar as reuniões de acordo com minha agenda. Às vezes eu ficava em hotel. Tomava até três cafés da manhã. Recebia dirigentes partidários, sindicais, jornalistas. Fazia tudo na luz do dia, onde era mais racional."

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