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Paris – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que "o Brasil não merece tudo isso que está acontecendo, merece coisa muito melhor", ao comentar a situação política brasileira, no Espaço Brasil–França, em Paris.

Lula disse também que gostou muito da recepção que teve na capital francesa. "Me agradou muito", afirmou. "A França está nos tratando com muita dignidade", completou. Logo em seguida, os seguranças afastaram os jornalistas, impedindo que fossem feitas novas perguntas. O presidente assistiu a um pequeno show dos cantores Elba Ramalho, Sandra de Sá e Tony Garrido.

O ministro da Cultura, Gilberto Gil, atuou como mestre-de-cerimônia durante a visita, saudando Lula, agradecendo pela presença e pelo Brasil demonstrar o estreitamento das relações com a França.

"Este ato demonstra muito bem as estreitas relações com este país amigo e ressalta a importância da presença aqui de um homem com o talento, o compromisso e a história de nosso presidente", afirmou o ministro.

Na saída, Gil chamou Elba, que cantou a música "Isso aqui o que é?", também conhecida por "Sandália de Prata", do cantor e compositor Ary Barroso. Dirigindo-se ao presidente, Elba cantou o trecho que fala "dono de uma raça que não tem medo de fumaça".

Lula acompanhou, pela manhã, o desfile de comemoração ao 14 de Julho. A cerimônia foi aberta por mais de 140 militares brasileiros, entre Fuzileiros Navais e alunos da Academia Militar de Agulhas Negras. Depois da passagem de tropas francesas, o desfile foi encerrado com a apresentação de sete aviões tucanos da Esquadrilha da Fumaça.

O 14 de Julho é a data da tomada da Bastilha, uma antiga prisão de Paris, em 1789, quando o povo derrubou o sistema de monarquia absolutista. Lula foi convidado pelo presidente francês, Jacques Chirac, para acompanhar o evento. Muito popular na França, apesar das acusações de corrupção contra seu governo, Lula, que chegou a Paris na quarta-feira, recebeu os aplausos de toda a tribuna, onde se encontravam os principais ministros do país.

Lula sentou-se ao lado de Chirac para acompanhar a parada militar. Pouco antes do início, o presidente francês passou em revista as tropas acompanhado pelo chefe do Estado-Maior, general Henri Bentegeat.

Mais de 5 mil policiais garantiram a segurança do desfile, um número superior ao dos anos anteriores por causa dos atentados terroristas cometidos em Londres na semana passada. Há três anos uma pessoa tentou atirar em Chirac durante a Parada de 14 de Julho. O homem conseguiu se misturar à multidão com uma arma escondida em um estojo de violão.

Hoje, antes de deixar a capital francesa, Lula se reunirá de novo com Chirac e com o primeiro-ministro Dominique de Villepin.

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