
Zoinho, Carimbão, Gim, Petecão, Garotinho, Betinho Rosado, Dudimar Paxiuba e Tiririca. Pode não parecer, mas a lista de nomes que parece a escalação do time de futebol do Pilarzinho (com Jura, Paraguaio, Cascão, Djoma e Espiga) é na verdade parte da escalação do Congresso Nacional. Os apelidos e nomes peculiares que compõem a política brasileira não se restringem ao pequeno círculo das câmaras municipais e às assembleias estaduais, onde nomes como João do Suco, Rose Litro, Serginho do Posto, Mestre Pop e Julião da Caveira despontam como fortes indicadores de que o sistema democrático, em sua curta experiência no país, de fato empodera gente do povo. Vale lembrar, afinal, que não há muito tempo, havia um Ratinho Junior representando o Paraná em Brasília e um Lula na Presidência da República.
Alguns deputados já têm o apelido como parte do nome. Anthony Garotinho (PR-RJ), que em sua época de radialista ganhou a alcunha por imitar um colega de profissão com o mesmo nome, já emprestou a popularidade de sua marca pessoal à esposa, Rosinha Garotinho.
Dr. Rosinha (PT-PR), por sua vez, diz estranhar se o chamam pelo nome de batismo, Florisvaldo Fier. Ele ganhou o apelido ao tingir algumas camisas brancas de rosa, na época em que era estudante de Medicina. Aos poucos, se viu na mira dos colegas gozadores que o chamavam de Rosinha por vê-lo sempre com a mesma camisa. "O problema é que, se a gente fica bravo, aí é que o apelido pega mesmo", diz o deputado.
Outros têm a alcunha originária justamente de seus trabalhos anteriores à vida pública. Givaldo Carimbão (PSB-AL) e Chico das Verduras (PRP-RR), por exemplo, trabalharam vendendo carimbos e verduras, respectivamente.
Os nomes pelos quais ficaram conhecidos, por mais que despertem a antipatia de alguns poucos que se queixam da falta de categoria, destacam-se entre os demais pela mnemônica. Mesmo que muitos não gostem dos apodos, todos concordam: preferem vencer nas urnas a impor o nome da pia de batismo.
Ratinho Junior (PSC-PR), que herdou o apelido do pai, famoso apresentador de tevê, reconhece que pode ter sido prejudicado no último pleito, quando perdeu a prefeitura de Curitiba para Gustavo Fruet (PDT), por causa da antipatia de eleitores das classes A e B com o nome. "Uma boa parcela da população acha que não há problema. Temos que saber conviver com essa diferença", declarou na época, resignado.



