• Carregando...

"Quando cheguei ao Congresso, queria fazer o bem. Hoje acho que o que dá para fazer é evitar o mal."

Roberto Campos, economista e político brasileiro.

O Palácio Iguaçu tem um poder de atração imenso. É como se fosse um ímã gigante, talhado para atrair políticos das mais variadas tendências. Ao que tudo indica, é praticamente irresistível. Veja-se como exemplo o caso do secretário de Estado de Obras Públicas, Luiz Caron. Humilhado pelo governador em público no dia de sua posse, defendido também em público pelo próprio filho, disse que sairia do governo. Nem 24 horas depois, mudou de idéia. Diz que vai ficar mais um pouco, para ver no que dá.Caso ainda mais curioso é o do londrinense André Vargas. Deputado estadual desde 2003, Vargas foi uma voz dissonante no PT do Paraná durante o mandato anterior de Roberto Requião. Ao contrário de seus colegas de partido, se manteve sistematicamente na oposição ao requianismo. Fez críticas pesadas. "O governador faz um governo de conflitos permanentes, inconseqüentes e temerários, podendo gerar prejuízos ao Paraná", afirmou certa vez. "O Requião briga com todo mundo e não tem nada a oferecer. Quem vai perder com isso é o Paraná", disse em outra ocasião.O caso chegou a criar folclore. Requião, dentro de seu famoso estilo, disse certa vez que mantinha no Cangüiri uma criação de pavões. Um deles, que havia fugido, ganhou o nome de André Vargas. O governador pedia que alguém encontrasse o pavão e o devolvesse.Agora, Vargas está prestes a se tornar secretário de Estado no governo Requião. Secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, pelo que se diz. Aliás, ocupando a vaga que já pertenceu a Padre Roque, petista com que Vargas também se desentendeu por várias vezes durante os últimos quatro anos. Há quem diga que a nova situação mostra claramente que, no fundo, se tratava de uma disputa de poder. Afinal, como se sabe, o poder é um imenso ímã para os políticos.

Radar

Licitação 1 – Contrariando as previsões desta coluna, o governo do estado decidiu realizar uma licitação para decidir quem irá emitir as carteiras de habilitação no Paraná a partir de agora. Até o momento, quem executa o serviço, com um contrato anual de aproximadamente R$ 16 milhões, é a American Bankonte Company. Na eleição de outubro, a empresa foi a responsável pela maior doação de dinheiro à campanha de Roberto Requião. Deu, de uma só vez, R$ 500 mil.

Licitação 2 – A última licitação vencida pela American Banknote, que presta o serviço ao Detran desde a era Lerner, foi em 2003. A legislação brasileira prevê que o contrato anual poderia ser renovado por cinco anos sem nova concorrência. Portanto, neste ano, poderia ocorrer o mesmo que em 2004, 2005 e 2006. O contrato poderia ser estendido sem mais burocracia. Segundo a Casa Civil, porém, não é o que vai acontecer.

Licitação 3 – De acordo com a assessoria de imprensa da Casa Civil, a empresa solicitou a prorrogação por mais um ano, mas o governador decidiu recusar o pedido. A ordem é para que seja realizada uma nova licitação. Ainda não há datas para a sua realização. A American Banknote tem grandes chances de sair vencedora da licitação. Apenas quatro empresas no Brasil executam o "talho doce", técnica usada na emissão das carteiras.

91% – A imprensa noticia que Arlindo Chinaglia, em busca dos votos do baixo clero, está prometendo novamente o aumento de 91% aos deputados federais. Seria o primeiro escândalo petista de 2007. A opinião pública já mostrou que não vai ser conivente com o salário de R$ 24,5 mil.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]