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"Não confunda governo transparente com governo traz-parente."Do vereador Paulo Salamuni (PV), ontem, na Câmara Municipal, ao comentar discurso da colega Roseli Isidoro (PT) justificando o apoio do seu partido ao governo Roberto Requião em razão de sua transparência.

Mais 120 dias. Este é o tempo mínimo em que ficará parado na Corregedoria do Ministério Público, em Brasília, o pedido de investigação sobre os motivos da resistência do Ministério Público Estadual em dar combate ao nepotismo no Executivo paranaense.

Esta foi a decisão da corregedora Nacional do MP, Ivana Auxiliadora Mendonça Santos, comunicada em ofício endereçado ontem a Rubens Bueno, autor do pedido.

Essa história começou em março. Na condição de presidente estadual do PPS, Bueno naquele mês entrou com o primeiro pedido de providências do MP Estadual para investigar e debelar o empreguismo de parentes no governo. Estranhamente, no mesmo mês, o procurador-geral da Justiça, Milton Riquelme de Macedo, mandou arquivar o requerimento.

Inconformado, o PPS apelou ao Conselho Superior do Ministério Público do Paraná, que votou contra o arquivamento e mandou que a investigação seguisse seu curso. O indicado para conduzi-la foi o sub-procurador Luiz Eduardo Trigo Roncaglio.

Em outubro, finalmente, o MP divulgou uma lista com nomes de parentes de Requião e de seus secretários. O problema é que a lista estava incompleta: só apontava os irmãos do governador, sem mencionar sobrinhos e cunhadas. O mesmo ocorreu com os parentes de secretários. E também não se investigou o nepotismo cruzado.

Diante de resultados tão pífios, em outubro último o PPS recorreu à Corregedoria Nacional do Ministério Público – que agora, também estranhamente, informa que precisa de mais quatro meses para examinar o assunto.

Por enquanto, dez a zero para o nepotismo.

O nepotismo está vencendo 2

É interessante como vem se tratando a questão do nepotismo no Paraná no atual reinado. Primeiro, por artimanhas regimentais, a Assembléia Legislativa derruba um projeto de combate ao empreguismo de parentes no funcionalismo – algo inédito no país e na contramão do interesse público.

Depois, o Ministério Público, pelas mãos de seu dirigente, Milton Riquelme de Macedo (nomeado por Requião, embora fosse o terceiro na lista tríplice de indicação), simplesmente manda arquivar o primeiro pedido de investigação que chegou à instituição.

O arquivamento contrariou a prática usual do MP, que até então vinha se mostrando muito cioso em cumprir sua obrigação constitucional... fiscalizando pequenas prefeituras e câmaras municipais do interior.

Olho vivo

Na Câmara 1 – Embora tenha ficado como primeiro suplente na última eleição, o deputado Dilto Vitorassi (PT) já dá como certa sua permanência na Câmara Federal. Ele percebe como promissores os sinais de que Ângelo Vanhoni (eleito com 111 mil votos) vai mesmo para a Secretaria da Cultura no próximo mandato de Requião, o que garante a sua cadeira.

Na Câmara 2 – Pouco depois do primeiro turno, no início de outubro, Vitorassi foi chamado ao Palácio Iguaçu e lá recebeu a promessa de que, se aderisse à campanha de Requião no segundo turno, seria recompensado com a vaga que – houve esse compromisso – a ser aberta pela nomeação de um dos petistas eleitos para uma secretaria de estado. No caso concreto, Vanhoni.

Na Câmara 3 – Vitorassi cumpriu sua parte no acordo. Mesmo a contragosto, pois teve de trabalhar junto com o deputado Dobrandino da Silva (inimigo político e pessoal) no seu principal reduto, Foz do Iguaçu, Vitorassi ajudou Requião a perder por menos na cidade. Agora espera a contrapartida.

Nome certo 1 – Já é dada como certa a eleição do ex-secretário do Desenvolvimento Urbano, Renato Adur, para a presidência do diretório estadual do PMDB. Preferido de Requião, Adur está em campanha para ser aclamado candidato único a concorrer na convenção marcada para o dia 17 de dezembro. O segundo postulante à presidência, João Arruda (sobrinho do governador), ocuparia outro posto na comissão executiva do partido.

Nome certo 2 – Assim que for eleito, Adur coloca em marcha o plano que formulou para fortalecer o PMDB no estado. Mereceriam atenção especial os diretórios das grandes cidades – exatamente aquelas onde Requião perdeu feio para Osmar Dias.

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