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Brasília - A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrou on­­tem com uma representação no Ministério Público requerendo medidas judiciais para o imediato afastamento, ou a prisão, do go­­vernador José Roberto Ar­­ruda (sem partido), acusado de comandar o esquema de corrupção, batizado de mensalão do DEM, revelado pela Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal. No ofício, encaminhado ao procurador-geral da Re­­pública, Roberto Gurgel, o presidente da entidade, Ophir Cavalcante, alega que a presença de Arruda no cargo estaria causando "dano efetivo à instrução processual", com destruição de provas, pressões e tentativas de corrupção de testemunhas.

Ophir justificou o pedido com o vídeo, gravado pela Polícia Federal, que flagrou o momento em que um aliado do governador, Antônio Bento, entrega R$ 200 mil ao jornalista Edson Sombra, a título de suborno para atrapalhar o processo. O dinheiro, que teria sido entregue a Bento por um sobrinho de Ar­­ruda, foi apreendido e en­­viado para a perícia juntamente com um bilhete com instruções cifradas de Arruda que legitimariam o emissário e a proposta de suborno.

A Polícia Federal vai fa­­zer uma diligência para colher o padrão gráfico atual de Arruda, para confirmar se é dele mesmo o bi­­lhete do suborno, escrito em meados de janeiro. O Instituto Nacional de Cri­­minalísticas já tem evidências de que o bilhete é au­­têntico, mas esse teste de con­­traprova é tecnicamente indispensável para amparar uma eventual decisão judicial de afastamento ou prisão do governador, embora ele próprio já tenha confessado que a letra é sua. Enquanto a contraprova não fica pronta, a PF informou à justiça que já concluiu outra perícia que compromete diretamente o governador como cabeça da organização criminosa.

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