O deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) pediu à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que abra sindicância para investigar as atividades de pelo menos 34 advogados que supostamente prestam serviços a integrantes da facção criminosa responsável pelos ataques à polícia de São Paulo no mês passado.
Segundo o parlamentar, que divulgou a lista com os nomes dos advogados, há indícios de que tais profissionais fariam papel de "pombo-correio" - que levam ordens de criminosos presos aos que se encontram fora dos presídios-ou até teriam sido "cooptados" pelos criminosos. Jungmann afirma que a lista foi dada a ele pela Polícia Civil de São Paulo.
- Fica claro e evidente que a organização criminosa tem um exército jurídico a serviço dela. É preciso saber se a relação entre eles é de advogado e cliente ou se existe a função de militante da organização. Muitos podem não apenas prestar serviços mas estar a serviço da organização - disse Jungmann.
- Todo profissional, de qualquer área, quando passa muito tempo com criminosos desse tipo tende a ser cooptado pelo crime organizado - acrescentou o deputado.
Além dos nomes dos 34 advogados que supostamente têm ligações com o crime organizado, uma segunda relação associa cada advogado com uma lista de criminosos, estabelecendo uma associação de visitas, horários, tempo de permanência, presídio e nome de detentos.
Jungmann citou o caso de uma advogada que, segundo ele, visitou 106 vezes um único preso somente este ano. A lista original obtida pelo deputado tinha o nome de outros advogados, mas Jungmann separou apenas aqueles que faziam visitas freqüentes a presos ligados ao crime organizado.
O parlamentar também encaminhou pedido à CPI do tráfico de armas solicitando que a comissão peça à polícia de São Paulo uma investigação sobre a atuação dos advogados.



