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CPI dos Grampos

Oficial da Abin diz "não ter certeza" se Lacerda ouviu áudios da Satiagraha

Ele disse que arquivos foram baixados no computador do ex-diretor da Abin. À CPI, Paulo Lacerda negou ter tido acesso a documentos da operação

O oficial da Associação Brasileira de Inteligência (Abin) Márcio Seltz disse nesta terça-feira (24) na CPI dos Grampos "não ter certeza" se o ex-diretor-geral da agência Paulo Lacerda teria ouvido áudios de gravações telefônicas realizadas na Operação Satiagraha. Seltz afirmou ter baixado no computador de Lacerda áudios de interceptações telefônicas, mas disse não ter certeza se o ex-diretor-geral chegou a ouvi-los. Lacerda nega ter ouvido as gravações.

Em depoimento anterior na CPI, em novembro, Seltz afirmou que o ex-diretor-geral teve acesso ao conteúdo de parte dos grampos telefônicos da Operação Satiagraha. Na ocasião, Lacerda negou ter tido acesso a áudios ou transcrições das escutas telefônicas.

A reunião em que Seltz teria passado informações da Satiagraha para Lacerda aconteceu em junho. O oficial de inteligência explicou o trabalho que fazia de suporte ao delegado Protógenes Queiroz, que presidiu a Satiagraha. O ex-número dois da Abin José Milton Campana acompanhou o enconto.

O oficial estava com um pen drive onde continha o relatório que fazia sobre o seu trabalho, que, segundo ele, se resumia a análise de notícias de jornais e áudios de grampos realizados de conversas de jornalistas com alvos da operação. A pedido, ele copiou para o computador do então diretor o relatório e aproveitou para baixar uma pasta que continha alguns dos áudios.

Na reunião seguinte, segundo Seltz, a conversa se restringiu ao seu relatório, onde haveria também o conteúdo de alguns dos grampos realizados. Para o oficial, Lacerda pode não ter visto os áudios em seu computador.

"Um detalhe importante é que naquele momento não falei que estava passando arquivo de áudio. Achei que seria óbvio, porque passei o relatório e o ícone de áudio ficou vizinho. Achei que ele (Lacerda) ia ver. (...) Tentando entender a situação, partindo do pressuposto de que ele está falando a verdade e eu tenho convicção de que passei, a única possibilidade é de que ele viu o documento do Word [programa de texto] e, por algum motivo, não viu a pasta ao lado, com os áudios", afirmou o oficial da Abin.

Segundo o oficial, os áudios que analisou continham conversas de alguns dos alvos da operação, como o banqueiro Daniel Dantas e o investigador Naji Nahas. Ele afirmou que nenhuma conversa "compromete" os jornalistas que constam nos "grampos".

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