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Oito cidades das 26 que compõem a região metropolitana de Curitiba não têm ligação de rede de esgoto. Uma delas, Campo Magro, com 25.596 habitantes, faz divisa com a capital. Em Curitiba, 22,36% das casas ainda não têm ligação com a rede. Mesmo com as obras previstas até 2008, 11,37% das residências continuarão sem sistema de coleta.

Em Fazenda Rio Grande, também ao lado de Curitiba, até há ligação com a rede, mas em apenas 1,2% das residências. O pedreiro Luís Carlos de Azevedo costuma roçar o mato em volta da valeta ao ar livre na frente da sua casa, no bairro Parque Nações, para tentar evitar a proliferação de animais peçonhentos. "Estamos esperando a canalização do esgoto há 14 anos, desde que vim para cá", diz o pedreiro, que se mudou de Curitiba para Fazenda Rio Grande com o pai, mãe e dois irmãos. A casa dele fica a um quilômetro da prefeitura, região central da cidade. Mas na maior parte das casas, o esgoto corre pelas valetas abertas ou vai para fossa séptica.

O prefeito do município, Antônio Wandscheer, reclama da demora de obras da Companhia de Saneamento do Paraná. "A Sanepar demonstra que não tem condições de atender de maneira eficiente todo o Paraná", diz.

Com a falta de coleta de esgoto, algumas doenças acabam atingindo essa população, principalmente as crianças. Diarréia e micoses são as mais comuns, mas aparecem também casos de cólera e leptospirose. "Essas doenças graves vêm aparecendo com freqüência e geralmente quando conferimos o local onde essas pessoas moram, são de áreas desprovidas de saneamento básico", diz o infectologista Victor Horácio de Souza, médico do Hospital Pequeno Príncipe.

Melhorias

De acordo com a assessoria de comunicação da Sanepar, os investimentos que estão sendo feitos pela empresa em Curitiba e região metropolitana, vão permitir que, até o final de 2006, a empresa mantenha os índices de atendimento com água tratada em 99% e amplie os de coleta e tratamento de esgoto para 81 % na capital. Contando com os municípios vizinhos, a média deve chegar a 70%.

A empresa compara os números do Paraná com os de todo o Brasil. No país, apenas 34% do esgoto produzido é coletado e menos de 20% recebem tratamento. A Sanepar trata 100% do esgoto que coleta.

Até 2010, a companhia estabeleceu como metas para todo o estado manter em 99% o atendimento com água à população, e ampliar os índices de coleta de esgoto para 80% nas cidades com mais de 50 mil habitantes e 65% nas cidades de menor porte, de 5 a 50 mil habitantes.

Pelos números passados pela empresa, em alguns municípios da RMC que hoje não têm coleta de esgoto, como Quitandinha, Tijucas e Tunas do Paraná não há previsão para iniciar obras até 2008. Segundo a Sanepar, novos projetos, incluindo esses municípios, podem ser iniciados nos próximos anos.

O problema se agrava quando se localiza em áreas ocupadas em terrenos de mananciais. Na região metropolitana, três pontos de mananciais, sem sistema de esgoto foram ocupados: a Zumbi dos Palmares, em Colombo; Guarituba, em Piraquara; e Vila Audi/União, na divisa entre Curitiba e São José dos Pinhais.

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