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A renovação de parte da frota de ônibus – solicitada neste mês pela prefeitura – só deve chegar às ruas de Curitiba no segundo semestre, de acordo com José Antônio Andreguetto, diretor de transporte da Urbs (empresa que administra o transporte coletivo da capital). "As empresas têm até o dia 15 para nos entregar a documentação comprovando o pedido dos 295 novos ônibus. Os veículos devem começar a ser entregues em julho", estima.

A legislação municipal determina que os ônibus com mais de 10 anos de uso sejam substituídos, mas hoje há nas ruas veículos que deveriam ter sido trocados em 2002. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropoliana (Setransp), em nota publicada na imprensa, acusou a Urbs de alterar o limite de vida útil dos ônibus de 8 para 10 e, depois, 12 anos.

Andreguetto afirma que um decreto de 1991 determinava a troca dos ônibus de canaleta (vermelhos) aos 12 anos de uso, e dos demais aos 10 anos. "Posteriormente, reduzimos tudo para 10 anos. Então não estamos esticando o prazo, mas diminuindo", argumenta o diretor da Urbs. No total, 1.860 ônibus circulam pela cidade.

Andreguetto afirma que a responsabilidade pelo adiamento na troca é da própria Urbs. "Se nós não pedimos a compra, os empresários não são obrigados a adquirir novos carros", explica. O diretor prefere não comentar os motivos que teriam levado a Urbs a prorrogar a renovação entre 2002 e 2004, anos da gestão anterior à do prefeito Beto Richa (que na época era vice-prefeito), mas lembra que em 2003 um decreto municipal suspendeu a aquisição de novos ônibus por causa da chegada iminente de novas tecnologias menos poluentes recomendadas pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente. Quanto a 2005, Andreguetto afirma que a prefeitura estava estudando maneiras de garantir juridicamente que a compra dos carros não tivesse influência na licitação para todas as 385 linhas de ônibus, que deve ocorrer ainda em 2006. "Não queríamos que alguma empresa buscasse prioridade na concorrência por ter investido em novos veículos recentemente."

Um dos empresários que precisará comprar ônibus é Darci Gulin, sócio da empresa Glória – 26 dos seus 227 veículos já chegaram à data limite, a maioria deles bi-articulados. Ele deve gastar pouco mais de R$ 20 milhões nesta renovação. "Estamos pesquisando preços, já que a Urbs nos diz apenas que padrão de ônibus comprar, mas não as marcas", conta. A verba sai da própria empresa, que usa o dinheiro repassado pela prefeitura de acordo com o contrato de prestação de serviço. Os carros substituídos acabam vendidos para outras cidades ou vão para o ferro-velho. "Conseguimos muito pouco por eles", lamenta Gulin.

Tanto a Urbs quanto o Setransp ressaltam que os ônibus que passaram do limite de vida útil não representam perigo aos passageiros. Andreguetto diz que anualmente as empresas recebem 8% do valor do veículo como verba para manutenção do carro. "Os ônibus mais antigos passam, como toda a frota, regularmente, por manutenções técnicas preventivas", informa o sindicato. Os passageiros ouvidos pela Gazeta do Povo confirmam o bom estado dos carros. "Pelo menos na linha que eu uso, os novos dão mais problema que os antigos", diz a operadora de telemarketing Linda Linhares.

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