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O caso do Postalis é o mais grave entre os fundos de pensão. | Antonio Augusto/Câmara dos Deputados
O caso do Postalis é o mais grave entre os fundos de pensão.| Foto: Antonio Augusto/Câmara dos Deputados

Deflagrada nesta segunda-feira (5) pela Polícia Federal, a Operação Greenfield, que investiga irregularidades em quatro dos maiores fundos de pensão do país, pode ser considerada um desdobramento da CPI dos Fundos de Pensão, encerrada no primeiro semestre deste ano na Câmara dos Deputados.

Para o relator da CPI, deputado paranaense Sergio Souza (PMDB), a operação da PF é uma maneira de materializar as investigações da Comissão, que terminaram com a proposição de ações de improbidade administrativa de 153 agentes e instituições privadas, pedido de indiciamento de 145 pessoas e 50 encaminhamentos de apuração de responsabilidade administrativa.

Operação da PF mira os 4 maiores fundos de pensão do Brasil

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“Os casos são os mesmos que investigamos na CPI”, diz o deputado. Segundo Sergio Souza, ao montar a equipe de trabalho da Comissão foram recrutados profissionais do Banco Central, Tribunal de Contas da União (TCU), Polícia Federal, Ministério Público Federal e Comissão de Valores Imobiliários (CVM). “Desde o início nós fizemos isso muito ajustado e imaginando quais seriam os desdobramentos”, explica o relator da CPI.

As investigações da CPI dos Fundos de Pensão acabaram encontrando personagens parecidos com o caso Lava Jato, como o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, os executivos da OAS Léo Pinheiro e da Engevix Gerson Almada, e o operador Milton Pascowitch.

As semelhanças acabaram motivando a colaboração da Justiça Federal de Curitiba. Em abril, o juiz Sergio Moro decidiu compartilhar provas da Lava Jato com os deputados que investigavam os fundos de pensão. “Isso é do tamanho ou maior que a Lava Jato em termos de corrupção”, diz o relator da CPI. “O Brasil está passando por um momento de purificação e não há como resgatar a dignidade do povo brasileiro sem combater a corrupção”, ressalta Sergio Souza.

O relatório da CPI mostrou que os quatro fundos analisados -–Petros (Petrobras), Postalis (Correios), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Previ (Banco do Brasil) – tiveram juntos um rombo de R$ 6,6 bilhões em valores não atualizados. Para o relator, o caso mais grave envolve o Postalis. Em apenas um investimento, o Petros e o Postalis tiveram um prejuízo de mais de R$ 120,5 milhões. Por causa do prejuízo, o Postalis precisou aumentar a contribuição dos funcionários dos Correios.

Outros desdobramentos

Sergio Souza ressalta que a operação deflagrada nesta segunda-feira (5) não é o primeiro desdobramento das investigações da CPI. Em junho, a PF deflagrou a Operação Recomeço, que investigava fraudes na Petros e Postalis. De acordo com as investigações, cerca de R$ 90 milhões teriam sido desviados dos fundos através de investimentos na empresa Galileo Educacional, que teve a falência decretada pela Justiça.

Outro desdobramento ocorreu no ano passado, em dezembro, quando a PF deflagrou a Operação Positus que investigava um desvio de R$ 180 milhões no Postalis. O investigado era Fabrizio Neves, um dos donos de dois fundos que, segundo a investigação, continham mais de R$ 370 milhões em aplicações do Postalis, cerca de 5% dos ativos do fundo de pensão dos Correios.

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