A bancada de oposição ao governo na Assembléia Legislativa decide só na próxima segunda-feira se apresenta ou não o pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da SaneparPavibrás. Além disso, uma possível CPI também parece que vai tomar um rumo diferente do que inicialmente se pensava.
O líder da oposição, Valdir Rossoni (PSDB), tem destacado que a Assembléia precisa apurar supostas fraudes em contratos feitos por empresas de obras a serviço da Sanepar com corretoras e empresas de seguros, como as que foram verificadas no caso da Pavibrás. No entanto, a investigação do foco central das denúncias contra a Pavibrás os sucessivos reequilíbrios econômico-financeiros do contrato com a Pavibrás, que fizeram a obra de saneamento no litoral custar muito mais do que foi licitada não tem tido tanta ênfase nos discursos do oposicionista.
Para Rossoni, a audiência pública na quinta-feira passada na Assembléia, com a presença do presidente da Sanepar, Stênio Jacob, e o presidente do Conselho de Administração da empresa, Pedro Henrique Xavier, reforçou as suspeitas de irregularidades na companhia. "Não temos nenhuma dúvida de que nada foi esclarecido", afirmou.
Para apresentar o requerimento propondo a criação de uma CPI são necessárias 18 assinaturas dentre os 54 deputados. A oposição garante ter número suficiente, mas ainda há dúvidas sobre quais deputados poderiam participar da comissão e os resultados práticos que seriam alcançados com as investigações.
O presidente da Assembléia Legislativa, Nelson Justus (DEM), e o líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), são contra a CPI. Para Justus, as comissões permanentes receberam poderes extras neste mandato e podem investigar qualquer tema, inclusive com o poder de chamar autoridades para prestar esclarecimentos, sem a necessidade de abertura de CPIs. "Não assino e não voto a favor", avisou Justus.
Se depender dos aliados do governador, a comissão também não prospera. O líder da bancada, Luiz Cláudio Romanelli, garantiu que o governo está disposto a esclarecer as dúvidas sobre a Sanepar e a base aliada está orientada a aprovar todos os pedidos de informações da oposição relacionados à companhia. Romanelli ainda diz que as explicações de Jacob e Xavier foram "satisfatórias".



