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Ministro diz que imóveis foram comprados com recursos próprios, mas oposição cobra esclarecimentos sobre a origem do dinheiro | Antônio Cruz/ABr
Ministro diz que imóveis foram comprados com recursos próprios, mas oposição cobra esclarecimentos sobre a origem do dinheiro| Foto: Antônio Cruz/ABr

oposição pediu esclarecimentos ao ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, sobre sua evolução patrimonial desde 2006, que cresceu 20 vezes nos quatro anos em que esteve na Câmara dos Deputados – período imediatamente posterior à passagem dele pelo Ministério da Fazenda, no governo Lula.

Em 2010, Palocci comprou um apartamento de R$ 6,6 milhões; um ano antes, um escritório de R$ 882 mil. Ambos os imóveis ficam na região da Ave­­­nida Paulista, área nobre de São Paulo, e foram adquiridos por meio de uma empresa da qual o ministro é o sócio principal (ele tem 99,9% do capital). Os dados foram revelados em reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

Em 2006, quando se elegeu deputado federal, Palocci havia declarado à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 375 mil, em valores corrigidos pela inflação. Como deputado, entre 2007 e 2010, Palocci recebeu em salários R$ 974 mil, brutos.

O PPS prometeu acionar o Conselho de Ética da Câmara para apurar a conduta do ex-parlamentar. O PSDB pediu que o chefe da Casa Civil preste esclarecimentos à sociedade. Já o Democratas instou a Receita Federal a se pronunciar sobre o caso.

"É melhor o ministro esclarecer qual a renda da sua empresa, quais os serviços prestados e qual o lucro que obteve com ela. Como homem público, não tem razão para não dar explicações", disse o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE).

Já o senador José Agripino Maia (DEM-RN) afirmou que a Receita deve se pronunciar a respeito. "Palocci precisa explicar a origem desse dinheiro", afirmou Rubens Bueno, líder da bancada do PPS na Câmara.

A evolução do patrimônio de Palocci, que pulou de R$ 375 mil para R$ 7,5 milhões nos últimos quatro anos, foi incluída na declaração de renda do ministro, segundo a Casa Civil.

Ontem à tarde, o ministério soltou uma nota em que mostra uma multiplicação em 20 vezes, desde 2006, do patrimônio do titular da pasta. O período é imediatamente posterior à passagem dele pelo Mi­­­nistério da Fazenda, no governo Lula.

A nota diz que a evolução de Palocci, pessoa física, consta de sua declaração de renda e que as atividades da empresa de Palocci, a Projeto, foram reportadas à Comissão de Ética da Pre­­­sidência da República quando da posse do ministro.

A assessoria de imprensa afirma que a Projeto prestou serviços para a iniciativa privada e que os dois imóveis comprados pelo ministro foram adquiridos com recursos próprios.

"As atividades da empresa, as alterações de seu contrato social e as medidas tomadas para prevenir conflito de interesses foram registradas junto à Comissão de Ética Pública da Presidência da República quando da posse do ministro", afirma a nota.

A Casa Civil não informou para quem a Projeto trabalhou, quem entrava em contato com clientes, qual foi o faturamento do negócio, como era a rotina de Palocci na empresa e se o ministro relatou à Presidência a compra do apartamento e da sala comercial.

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