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Sessão plenária extraordinária da Câmara destinada a votar o Projeto de Lei 382/11, do Executivo, que reajusta o salário mínimo para R$ 545 | Renato Araújo/ABr
Sessão plenária extraordinária da Câmara destinada a votar o Projeto de Lei 382/11, do Executivo, que reajusta o salário mínimo para R$ 545| Foto: Renato Araújo/ABr

A oposição e as centrais sindicais já acreditam no favoritismo do governo na aprovação do projeto que eleva o salário mínimo a 545 reais neste ano. A pressão por um valor maior, de 560 ou 600 reais, ainda está presente na Câmara dos Deputados em discursos e manifestações de sindicalistas.

Nas galerias, sindicatos vaiam os discursos dos deputados governistas na sessão de votação desta quarta-feira que teve início por volta de 14h e não tem hora para acabar. Não pouparam nem o ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o deputado Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP). Relator do projeto do governo, ele defendeu o valor de 545 reais.

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), chegou a pedir que o público se controlasse.

Presidente da Força Sindical e um dos mais críticos do valor proposto pela presidente Dilma Rousseff, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), entregava os pontos.

"É muito difícil (vencer). Acho que não vai dar. Devemos ter entre 150 e 180 votos", afirmou o deputado, referindo-se a sua proposta de 560 reais. São necessários 257 votos para obter a vitória.

O líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP), acusou o governo de mobilizar ministros, governadores de partidos da base aliada e os líderes para "pressionar e chantagear" os parlamentares.

"Eu acho que o governo vence. Já tem uma base enorme e ainda está usando de pressão para evitar qualquer vazamento", disse Duarte.

Um deputado do Democratas, que não quis ter seu nome revelado, disse que "é claro que nós vamos perder. O governo é favorito, tem uma base muito maior. Se chegarmos a 180 votos já está de bom tamanho".

Inicialmente, as centrais sindicais reivindicavam um aumento do mínimo de 510 reais do ano passado para 580 reais em 2011, mas após as negativas do governo, baixaram o valor. Paulinho distribuía no plenário nesta tarde panfletos em forma de uma moeda de 50 centavos --a diferença diária entre os 545 e os 560 reais.

O PDT, partido da base aliada, decidiu nesta quarta liberar seus deputados para votarem no valor do salário mínimo que considerarem melhor. O partido não aceitou a pressão do Executivo e do seu presidente licenciado, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para votar nos 545 reais propostos pelo governo.

Na avaliação do governo, que diz contar com apoio do PTB, do PP, do PCdoB, do PSB, do PR, do PMDB e do PT, a proposta será aprovada. O otimismo contagiava o deputado Paulo Teixeira, líder do PT, que contabilizava 330 votos a favor da proposta oficial.

"Sentimos que vamos ter coesão para ganhar", disse Teixeira, ironizando o "viés sindical" do conservador Democratas, sigla que defende 560 reais.

Gastos públicos

O principal argumento do governo --que enfrenta nesta quarta seu primeiro teste no Congresso-- para a proposta de 545 reais é o controle da inflação e dos gastos públicos.

Dilma também se fixou no acordo realizado entre as centrais e o governo Lula que prevê reajuste do salário mínimo pela inflação do ano anterior e o desempenho do PIB de dois anos antes. Neste ano, o acerto resulta sem aumento real, o que leva aos protestos de sindicalistas

"Quando se faz um acordo é importante cumpri-lo", afirmou Vicentinho ao defender a proposta do governo. Ele acenou com o valor de 616 reais já previsto para 2012.

Mais cedo, o vice-presidente da República, deputado Michel Temer, reuniu-se com a bancada de seu partido, o PMDB, para reforçar a mensagem do governo e avaliou que deve haver "pouquíssima" dissidência entre os 77 deputados da legenda, a segunda maior da Câmara, atrás apenas do PT.

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