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Cinco partidos da oposição protocolaram nesta sexta-feira (26) pedido de cassação contra o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB) por suspeitas de irregularidades na campanha de reeleição. O pedido foi feito por representantes do PT, PMDB, PSC, PCdoB e PRTB ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). A motivação foi o vídeo em que ex-candidatos do PRTB à Câmara Municipal – que saíram do partido para apoiarem o prefeito tucano e formaram o Comitê Lealdade – apareceram recebendo dinheiro.

De acordo com Carla Karpstein, presidente da Comissão de Direito Eleitoral da Ordem dos Advogados do Paraná (OAB-PR) e que participou da elaboração do documento, pelo menos 23 dissidentes do PRTB teriam sido pagos com valores que não foram declarados na prestação de contas entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Não se sabe de onde vieram esses recursos e nem quanto tramitou por fora da conta de campanha", afirmou Carla ao jornal Gazeta do Povo. A Lei Eleitoral permite que os partidos políticos ou as coligações peçam investigação sobre caixa dois (dinheiro não declarado à Justiça ou que não passou pela conta eleitoral do candidato).

O pedido será julgado em 30 dias e determinará a cassação ou não de Beto Richa. Nesse prazo o juiz ouvirá as partes, as testemunhas e colherá provas para tomar a decisão. Há possibilidade de recurso no TRE e no TSE.

Apenas dois políticos do Comitê Lealdade apareceram na prestação de contas apresentada pelo prefeito do PSDB e pelo comitê financeiro. Um deles é Manassés Oliveira - exonerado da prefeitura há dez dias, após o vazamento do vídeo -, que teria sido credor de R$ 6,9 mil. Manassés afirmou que o valor corresponde à cessão de um carro de som no período eleitoral.

O outro político do PRTB que apareceu na declaração dos gastos de campanha foi Nelson Brero, que foi citado no vídeo, e teria recebido R$ 245 gastos com transporte e alimentação. Brero foi assessor parlamentar de Manassés e já teria confirmado que recebeu R$ 1.600 do Comitê Lealdade para trabalhar na reeleição de Richa. O aluguel do imóvel do referido comitê apareceu na prestação de contas.

O coordenador do Comitê Lealdade, Alexandre Gardolinski, que fazia os pagamentos aos dissidentes do PRTB no vídeo, não constava na declaração de gastos do prefeito tucano.

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