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Rio de Janeiro (AG) – O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) afirma que, no Senado, a oposição poderá abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito caso seja detectado um acordo para que as três CPIs em vigor — a do Mensalão, a dos Correios e a dos Bingos — não levem a punições e cassações.

Ele diz que não é esta a intenção da oposição, mas deixa a advertência no ar. "Se nós sentirmos qualquer pizza no ar, qualquer cheiro mais forte, faremos no Senado uma CPI, a seguir, continuando de onde tiver parado aquela que tiver dado em pizza, porque no Senado temos ampla maioria", diz. As afirmações foram feitas durante visita à direção da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

O senador observa que uma nova CPI traria, para o governo, dificuldades na campanha eleitoral do ano que vem. "Nós temos 47 senadores de oposição. O governo não coloca mais 30 votos no plenário sem ajuda da gente", analisa. "Estou fazendo só uma advertência. Não é nossa intenção, não é minha intenção. Não adianta fazer a pizza aqui, porque a gente começa outra (CPI) lá. Eles, que têm tanto medo de ver o ano eleitoral engolfado numa investigação dura, teriam esse dissabor."

Renúncia

Independentemente dos desdobramentos políticos, os parlamentares envolvidos no escândalo do mensalão ainda terão muita dor de cabeça. A renúncia cogitada por alguns deles pode amenizar a punição política, mas não os livra de responsabilidades criminais: para a Polícia Federal, a manobra que alguns deputados estariam preparando para escapar da cassação e da perda de direitos políticos facilitará as investigações em curso no inquérito do mensalão.

Caso se concretize a renúncia, pode haver desmembramento do inquérito do mensalão em investigações específicas para cada um dos acusados. Hoje, o inquérito está sob o comando do Supremo Tribunal Federal (STF). A maioria dos acusados é parlamentar, com direito a foro privilegiado. Se os deputados acusados de receber repasses do caixa dois do PT renunciarem, o inquérito volta à primeira instância do Judiciário, e a PF retoma o controle das investigações.

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