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“De qualquer maneira, o prefeito precisa explicar esse vídeo. Eu confio na Justiça Eleitoral e espero que sejam tomadas providências”. Gleisi Hoffmann ex-candidata do PT à prefeitura de Curitiba | Fotos: Albari Rosa/Gazeta do Povo
“De qualquer maneira, o prefeito precisa explicar esse vídeo. Eu confio na Justiça Eleitoral e espero que sejam tomadas providências”. Gleisi Hoffmann ex-candidata do PT à prefeitura de Curitiba| Foto: Fotos: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Os dois principais adversários de Beto Richa (PSDB) na eleição para prefeito em 2008, Gleisi Hoffmann (PT) e Carlos Moreira (PMDB), defendem uma investigação rigorosa sobre a denúncia de uma suposta prática de caixa 2 na campanha do tucano. Ontem, a Gazeta do Povo mostrou que a desistência de vereadores do PRTB de concorrer a uma cadeira na Câmara pode ter custado dinheiro não declarado à Justiça Eleitoral e cargos na prefeitura. A reportagem se baseou num vídeo em que os dissidentes do PRTB aparecem recebendo dinheiro de Alexandre Gardolinski que foi indicado por Beto Richa para coordenar o Comitê Lealdade – numa alusão à lealdade do PRTB municipal ao PSDB.

Para a petista, que ficou em segundo lugar na eleição para a prefeitura de Curitiba, a denúncia mostrada pela Gazeta é grave e exige uma investigação profunda, além de uma explicação de Richa. "É difícil mensurar o impacto disso no resultado da eleição. Mas, de qualquer maneira, o prefeito precisa explicar esse vídeo. Eu confio na Justiça Eleitoral e espero que sejam tomadas providências".

Carlos Moreira acredita que a população de Curitiba ficou frustrada. "Essa denúncia é muito triste. O povo que deu uma votação enorme ao prefeito Beto Richa vê suas expectativas frustradas. A democracia fica maculada", afirmou. Tanto Gleisi quanto o peemedebista disseram que pretendem se reunir com seus partidos para avaliar uma possível representação do prefeito junto à Justiça Eleitoral. "Eu, como cidadão, espero que o Ministério Público Eleitoral tome as providências cabíveis. O PMDB deve se reunir para avaliar o caso", completou Moreira. O deputado estadual Fabio Camargo, que se candidatou na eleição passada e seria o principal prejudicado com o suposto acordo entre PRTB e PSDB, não foi encontrado pela reportagem para comentar a denúncia. A assessoria de imprensa do deputado informou que ele estava viajando e só retornaria hoje.

CPI

A denúncia de suposto caixa 2 pode resultar numa Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal de Curitiba. O vereador petista Pedro Paulo adiantou que ontem esteve reunido com membros do partido e a decisão foi por um pedido de CPI na Câmara para investigar o caso. "Vamos tentar instalar a CPI. É preciso investigar porque envolve servidores comissionados da prefeitura. Vamos solicitar ainda que a Polícia Federal e a Procuradoria Federal Eleitoral apure o caso. Crime eleitoral é competência da esfera federal", disse o vereador. O petista deve começar hoje a conversar com a bancada de oposição e com os partidos PSC e PV para em seguida iniciar a coleta de assinaturas para instaurar a CPI. Apesar de encontrar resistências para a instalação da comissão, por causa da maioria governista, Pedro Paulo espera contar com a força da opinião pública. "A cobrança da sociedade é muito importante e os vereadores não podem se omitir do seu papel, que é de fiscalizar o Executivo", disse. Se a oposição conseguir driblar a base governista e conseguir instalar a CPI, os trabalhos só começariam após o recesso parlamentar de julho.

O líder do prefeito na Câmara, o vereador Mário Celso da Cunha (PSB), já adiantou que vai tentar barrar a CPI. " Não vejo necessidade de uma CPI. Vai ter uma conotação política e não vamos aceitar isso de jeito nenhum. Não existe indício de participação do prefeito nisso. É um problema entre PTB e PRTB", disse. "Se houvesse envolvimento do Beto ou de um secretário eu seria o primeio a pedir uma CPI, mas não existe. Estão fazendo uma tempestade no copo d’água", completou.

A denúncia repercutiu também na Câmara Federal. O deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) afirmou ontem que o prefeito Beto Richa é reincidente na prática de caixa 2 em campanhas eleitorais e deve ser investigado com rigor e punido pela Justiça. "Beto Richa é reincidente na prática de caixa 2 desde quando foi candidato a vice de Cassio Taniguchi, nas eleições de 2000, numa campanha que comprovadamente usou mais de R$ 26 milhões não declarados", afirma Dr. Rosinha. "O prefeito tucano deve ser investigado de forma rigorosa pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Eleitoral, para depois receber a devida punição do Judiciário", afirmou.

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