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Opositores ao governo Temer protestaram na Av. Paulista neste domingo (15) | MIGUEL SCHINCARIOL/AFP
Opositores ao governo Temer protestaram na Av. Paulista neste domingo (15)| Foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP

Pelo menos quatro capitais brasileiras registraram panelaços neste domingo (15) durante a exibição da entrevista do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) ao Fantástico. As manifestações ocorreram em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília, enquanto Temer dizia em sua entrevista que é necessário trazer o equilíbrio ético, político e econômico ao Brasil, além de pacificar o país.

Os panelaços tornaram-se comuns no país durante o governo Dilma, como forma de protesto. Toda vez que a presidente aparecia em rede nacional de televisão fazendo algum pronunciamento, as janelas dos opositores ao governo eram usadas como palco de manifestações contra a petista. Desta vez, o alvo foi o presidente em exercício Michel Temer.

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“Ainda é cedo para fazer uma previsão se isso vai ser um padrão, mas é sempre bom deixar o governo vigilante”, opina o cientista político Carlos Pereira. Para ele, as manifestações contra Temer mostram um “ressentimento do grupo perdedor”, representado pelos apoiadores do governo Dilma.

“Acho que [os apoiadores de Dilma] resolveram pagar na mesma moeda”, diz o cientista político Fabio Ostermann. “Se eles fizerem oposição ao governo Temer da mesma forma como oposicionistas ao governo Dilma fizeram, vai ser muito bom para o Brasil”, analisa.

Para o cientista político Marco Antônio Carvalho Teixeira, os panelaços podem traduzir alguns tipos de insatisfações. “Um deles tem a ver com um grupo que apoiava a permanência da Dilma, que é um grupo mais organizado”, analisa. “As outras insatisfações que estão surgindo tem a ver com os rumos do governo”, diz.

Entre as insatisfações, Teixeira cita o possível corte de benefícios, o ministério formado sem a presença de mulheres e com muitos citados na Lava Jato. “Aí tem um conjunto de insatisfações que a gente não consegue medir ainda, mas correm o risco de crescerem”, alerta.

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Benefício da dúvida

Para os três cientistas políticos ouvidos pela reportagem, a população brasileira tende a dar ao novo governo o benefício da dúvida antes de partir para a oposição. “Talvez esse benefício da dúvida não seja tão longo e por isso é importante que o governo aja rápido e de forma assertiva”, diz Pereira.

“Esse governo vai depender muito das respostas rápidas que ele conseguir dar”, analisa Teixeira. “A principal resposta é econômica. Se ele demorar muito para dar algum tipo de resposta, o descontentamento tende a aumentar”, explica.

O próprio presidente em exercício Michel Temer (PMDB) reconheceu a necessidade de dar respostas rápidas à população em sua entrevista ao Fantástico. “Reconheço que não tenho esta inserção popular, que só ganharei ou só terei, se legítimo como é o nosso governo, ainda que interinamente, eu produzir efeito benéfico para o país”, disse Temer.

Tom pacificador

Na entrevista ao Fantástico, o presidente em exercício adotou um tom pacificador e de unidade nacional. “Não é de hoje que eu tenho dito que o Brasil precisa de uma pacificação, de uma unidade nacional, e por isso eu tenho pregado a necessidade da unificação do país. E a unificação do país significa a unificação dos partidos políticos, dos empregadores com os trabalhadores, enfim, um esforço conjunto da sociedade brasileira para que nós possamos sair da crise em que nós nos achamos”, disse Temer.

Temer também aproveitou para afirmar mais uma vez seu respeito pela presidente afastada Dilma Rousseff (PT). “Uma coisa é o impedimento, as razões que levaram ao afastamento. Outra coisa é o não reconhecimento de alguém que presidiu o país”, afirmou.

Na entrevista, o presidente em exercício disse que uma das prioridades do novo governo é a atenção com os mais carentes. “Nós não podemos abandonar aqueles que têm dificuldades até de vivência e de sobrevivência”, disse.

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