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A absolvição do deputado federal José Janene (PP-PR), acusado de ter recebido R$ 4,1 milhões no esquema do mensalão, na noite de quarta-feira na Câmara, em Brasília, seria o resultado de uma orquestração política, pela avaliação de alguns políticos paranaenses. "É estranho realizar uma votação que precisa de maioria absoluta em um quórum sabidamente pequeno e em final de sessão extraordinária", questionou o deputado Osmar Serraglio (PMDB), relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, que investigou o escândalo de compra de apoio de parlamentares.

Serraglio revelou, em entrevista à Gazeta do Povo Online, que Janene ainda teria força política em Brasília. "Circulou um recado que ele complicaria a vida de muita gente caso fosse para o sacrifício. O resultado não surpreendeu." Cento e vinte e oito parlamentares votaram pela manutenção dos direitos políticas de Janene. Para a perda de mandato faltaram 47 dos 257 necessários.

O deputado Gustavo Fruet (PSDB), sub-relator da CPMI, afirmou que o resultado poderia ter sido diferente se mais deputados tivessem comparecido em plenário. A absolvição de 12 dos 19 envolvidos no esquema de compra de apoio, segundo o tucano, reflete uma falta de sintonia entre o Conselho de Ética, que deveria ter mais poderes, e o plenário. Outros fatores seriam o voto secreto e a falta de vontade dos deputados da base do governo, maioria na Câmara, em punir os envolvidos. "Ele deve ter muita informação do governo, já que participou da coordenação política do PP na base de apoio", disse Fruet.

A assessoria do presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB), refutou a alegação de uma possível combinação para livrar Janene. A votação teria sido protelada inicialmente por causa das eleições de outubro. Outras matérias mais importantes e alguns feriados também teriam levado o processo até a última quarta-feira, data marcada pela mesa diretora da Casa.

O presidente do PP no Paraná, o deputado federal Dilceu Sperafico, não quis comentar a absolvição de Janene. "Não tem muito o que comentar, o plenário decidiu. O quórum estava baixo, em razão desses problemas com os aeroportos, e deu no que deu."

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