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Olho nos olhos: Osmar Dias e Gleisi Hoffmann reataram as conversas que estavam em banho-maria desde que o senador assinou a CPI do MST | Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo
Olho nos olhos: Osmar Dias e Gleisi Hoffmann reataram as conversas que estavam em banho-maria desde que o senador assinou a CPI do MST| Foto: Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo

PT-PMDB

Aliança pode dar problemas locais, afirma ministro

Folhapress

Rio de Janeiro - O ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), afirmou ontem que a aliança PT-PMDB "pode dar problema’’ nos estados. Na sua avaliação, diretórios regionais, como os de São Paulo e Pernambuco, podem resistir à imposição do acordo nacional.

"É muito claro que o envolvimento dos diretórios regionais a uma candidatura nacional está muito ligado à capacidade de agregação de votos à campanha nacional do que à candidatura local. Aí tem alguns problemas quando os candidatos locais são PMDB de um lado, PT do outro. Isso pode dar problema.’’

Além de Pernambuco e São Paulo, os estados do Sul impõem resistência à aliança em apoio à candidatura da ministra Dilma Rousseff e organizam, para o dia 21, um ato para lançamento de candidatura própria – provavelmente a do governador Roberto Requião – à Presidência.

No Sul, PT e PMDB deverão ocupar campos opostos. E, para Jobim, o fim da exigência da reprodução das alianças nacionais nos estados pode prejudicar o acordo com o PT. "O Congresso votou a emenda de desvinculação. Alguém pode dizer que a emenda autorizou a dissidência’’, afirmou.

O PT do Paraná quer uma definição rápida do senador Osmar Dias (PDT) sobre a possibilidade de aliança entre os dois partidos para a sucessão estadual do próximo ano. A presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, disse ontem que há interesse de ambas as partes em selar a coligação e o ideal é que o pré-acordo eleitoral ocorra até o próximo mês. Para ela, os partidos que têm pré-candidatos a governador não podem ficar em compasso de espera aguardando o prefeito Beto Richa (PSDB) optar por renunciar ou não ao mandato para disputar a eleição. Ele tem até o mês de abril para deixar o cargo.

Uma reunião no domingo à noite entre as cúpulas dos dois partidos reabriu as conversas que estavam em banho-maria desde que Osmar Dias assinou a CPI do MST e foi duramente criticado por setores de esquerda do PT.

O encontro sinalizou que a aliança não está descartada e o PT tem pressa para receber um sinal verde do senador. "Se caminharmos para aliança, gostaria muito de definir esse ano ainda para termos diretrizes", disse Gleisi Hoffmann, que está tentando costurar sua candidatura ao Senado.

A presidente do PT admitiu que a posição do senador em assinar a CPI do MST estremece algumas relações internas porque o PT tinha se posicionado contrário à investigação por entender que é uma ação política que criminaliza os movimentos sociais. O fato, no entanto, não deve interferir nas conversas. "Nós não fomos pedir explicação a ele.Entendemos o posicionamento do senador, embora cause mais dificuldades internas no partido. Mas isso não é definidor para uma política de alianças. Estamos construindo um projeto de desenvolvimento para o estado", declarou Gleisi Hoffmann.

O senador Osmar Dias disse que após a turbulência dos últimos 15 dias, a reunião serviu para separar o que foi fato e boato. Ele também considera importante estabelecer um prazo e definir a aliança o mais breve possível, mas para isso é preciso esclarecer todas as dúvidas. "As coisas têm que estar mais claras para fechar a aliança, principalmente as declarações dadas por alguns integrantes do PT. Defendo uma aliança programática. Estou fazendo isso em cima de um projeto e a gente está dando os passos em busca do objetivo", disse Osmar Dias.

Em meio ao processo de negociação, a Executiva Estadual do PT decidiu na semana passada preparar um nome para disputar o governo, uma "alternativa eleitoral" caso a aliança não avance. Dois nomes se apresentaram como pré-candidatos: o ex-prefeito de Londrina Nedson Micheleti e a secretária de Ciência e Tecnologia, Lygia Pupatto.

Entre as próprias lideranças do partido, no entanto, a avaliação é de que um nome próprio não teria chances de vitória e serviria apenas para oferecer um palanque no Paraná para a pré-candidata à presidência da República, Dilma Rousseff.

Na próxima segunda-feira, as executivas do PT e do PDT vão se reunir para uma nova rodada de conversas e tentar amarrar a aliança. A presidente do PT diz que não vai participar porque tinha agendado compromissos particulares. Vai ser representada pela vice-presidente Luciana Rafagnin. Osmar Dias também não participa. Quer deixar as lideranças dos dois partidos livres para debater.

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