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“(A aliança com os tucanos) depende da postura do PSDB no futuro. Por enquanto, não há impedimentos para se conversar com o PT.”Osmar Dias(PDT), senador e pré-candidato declarado ao governo do estado em 2010 | Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
“(A aliança com os tucanos) depende da postura do PSDB no futuro. Por enquanto, não há impedimentos para se conversar com o PT.”Osmar Dias(PDT), senador e pré-candidato declarado ao governo do estado em 2010| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

O senador Osmar Dias (PDT), pré-candidato declarado ao governo do Paraná em 2010, fez ontem mais um movimento de aproximação com o PT e começou a estreitar relações com o PMDB. Pela manhã, Osmar tomou café na casa da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), em Brasília. Junto, estava o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT). No início da tarde, o senador almoçou na capital federal com dirigentes do PMDB paranaense – o vice-governador Orlando Pessuti; o presidente do partido no estado, Waldir Pugliesi; o deputado estadual Dobrandino da Silva e o secretário especial do governo do estado Milton Buabssi.

Osmar afirmou que, nos dois encontros, a conversa girou em torno da política local e de questões de interesse do Paraná em Brasília. Porém, tucanos nativos interpretaram as reuniões como mais um passo de Osmar em direção oposta à de manutenção da aliança firmada desde 2006 com o PSDB, DEM e PPS – partidos hoje na oposição aos governos federal e estadual.

Moradias

"Na semana do carnaval a Dilma me telefonou para tomar um café da manhã com ela e com o Paulo Bernardo. Foi uma conversa séria, fizemos uma avaliação do programa de moradias do governo federal, que pretende construir um milhão de casas", disse Osmar. Segundo o senador, outro assunto que fez parte da conversa foi a questão da multa que o Paraná paga mensalmente à Secretaria do Tesouro Nacional, no valor de R$ 5 milhões, por descumprimento do acordo de venda do Banestado para o Itaú, em 2000. O senador é o autor de um projeto de resolução que tramita no Senado e que pode por fim à multa.

Osmar disse que também conversou sobre a possibilidade de assumir a liderança do governo Lula no Congresso Nacional. "Mas, por uma questão de respeito, prefiro não comentar esse assunto", disse o senador, lembrando que o governador cassado do Maranhão (Jackson Lago) é do PDT e o convite a ele só viria caso Roseana Sarney, a atual líder, deixasse o Senado para assumir o governo maranhense.

Segundo Osmar, em função da postura que vem sendo adotada pelo PSDB do Paraná – que indicou o interesse de lançar candidatura própria ao governo do estado –, partidos da base de Lula estão buscando um novo "espectro de alianças". O senador explicou que o PDT tem sido procurado pelos partidos aliados de Lula. "Mas (a aliança de Osmar com os tucanos) depende da postura do PSDB no futuro." Osmar disse que tem sido coerente com a aliança formada com os tucanos, mas que, como já declarou ser candidato ao governo, em algum momento os partidos aliados vão ter de tomar uma decisão se continuam com ele. "Por enquanto, não há impedimentos para se conversar com o PT."

Já o presidente do PMDB do Paraná, deputado Waldyr Pugliesi, afirmou que ele e os colegas foram a Brasília para a transmissão de posse da presidência do partido, que passou de Michel Temer para a deputada Iris de Araújo (GO). "Acabamos nos encontrando com Osmar Dias e almoçamos no Senado. Somos amigos, do antigo MDB. Conversamos, logicamente, sobre questões atinentes às eleições do ano que vem."

Ciúmes

A agenda cheia do senador Osmar Dias com partidos que não fazem parte da base de apoio do PSDB do prefeito Beto Richa foi interpretada com reservas pelos tucanos que defendem a aliança com o senador. "Só espero que ele saiba jantar com aqueles que o apoiaram e estiveram ao seu lado na eleição", afirmou o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni. "A gratidão em política é muito rara e escassa."

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Interatividade

A indefinição do PSDB em declarar apoio logo a Osmar Dias pode levar o senador a se juntar com o PT ou o PMDB em 2010?

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