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“Vou recorrer. Não posso perder a vaga de vereador só porque eu exonerei duas pessoas que não iam trabalhar.”Professor Galdino(PV), vereador de Curitiba que se rebelou contra o esquema de uso de servidores da Câmara em serviços internos do partido e que acabou sendo expulso da legenda | Pedro Serápio/Gazeta do Povo
“Vou recorrer. Não posso perder a vaga de vereador só porque eu exonerei duas pessoas que não iam trabalhar.”Professor Galdino(PV), vereador de Curitiba que se rebelou contra o esquema de uso de servidores da Câmara em serviços internos do partido e que acabou sendo expulso da legenda| Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo

Para se defender da acusação de que o PV usa servidores da Câmara de Curitiba em serviços internos do partido, o presidente da legenda no Paraná, Melo Viana, acusou outros partidos de também fazerem o mesmo no Legislativo municipal. Ontem, a Gazeta do Povo descobriu que pelo menos outra legenda com cadeira na Câmara adota a mesma prática: o PSC.

O vereador Julião Sobota (PSC) admitiu que o secretário municipal do partido, Fabiano Fuzetti, está nomeado no gabinete da liderança do partido na Câmara, e que o servidor também presta serviços à legenda. Segundo Julião, a função de Fuzetti seria fazer a ligação entre o partido e o seu gabinete – a mesma de Raphael Rolim no gabinete do vereador Aladim Luciano (PV) e de Paula Nalepa na liderança do PV, comandada por Roberto Aciolli (PV), conforme revelou ontem a Gazeta do Povo.

Fuzetti admite que há dias em que ele concentra seus trabalhos na sede do partido. Ele ressalta, porém, que procura manter contato diário com o vereador. A forma de atuação do assessor indicado pelo partido parece não incomodar Julião, que garante que o funcionário tem colaborado para o seu mandato.

Julião ainda afirma que apoia a decisão do vereador Professor Gal-dino (PV), que exonerou dois funcionários indicados pela legenda por não irem trabalhar em seu gabinete. Esse foi um dos motivos para o PV ter decidido, ontem, expulsar Galdino do partido.

Pelo entendimento da legenda, com a exoneração dos funcionários, Galdino teria descumprido o estatuto do partido, que determina que um quinto das vagas no gabinete de um vereador seja ocupado por indicações do PV. A legenda emitiu nota informando ainda que, dentre outras razões para expulsá-lo, estaria um suposto uso, por Galdino, de caixa dois na campanha eleitoral do ano passado.

"Vou recorrer para me manter no PV e para manter o meu cargo. Não posso perder a vaga de vereador só porque eu exonerei duas pessoas que não iam trabalhar", disse Galdino. Segundo ele, primeiramente o recurso será levado à Executiva Nacional do partido. Caso não surta efeito, o vereador pretende recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Se a expulsão de Galdino for confirmada em todas as instâncias, o PV poderá pleitear sua vaga na Câmara para um suplente do partido -- no caso, o ex-vereador Paulo Salamuni.

Reação

Vereadores de outros partidos ontem reagiram à acusação de que mais legendas usam os serviços de servidores da Casa. O presidente da Câmara, João Cláudio Derosso (PSDB), rebateu a acusação. "No PSDB não tem disso. Cada vereador determina livremente seus comissionados e eles não trabalham no partido", disse Derosso.

Para a vereadora Professor Josete, líder do PT na Câmara Municipal de Curitiba, todo vereador deve ter a liberdade de fazer as nomeações e exonerações do seu gabinete sem interferência do partido. Ela negou a acusação de Melo Viana de que é disseminada a prática de os partidos usarem os servidores dos gabinetes da Câmara em trabalhos internos das legendas. "Ele está mal informado. Deveria primeiro ter acesso a informação antes de colocar isso na imprensa." Segundo a vereadora, funcionários do seu gabinete, por exemplo, são filiados ao PT, mas nunca deixaram de cumprir a atividade no gabinete para trabalhar para o partido.

Já o vereador Celso Torquato (PSDB), primeiro-secretário da Câmara, disse apoiar a atitude de Galdino. "Não podemos ter funcionários fantasmas na Casa. Mesmo que esteja fazendo um trabalho no partido, eu acho que está errado. Tem que fazer um trabalho no gabinete, na Casa", afirmou. Torquato garantiu que, caso seja confirmada a existência de outros fantasmas na Câmara, a Mesa Executiva poderá exonerar o comissionado, caso o vereador que os contratou se negue a fazer isso.

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Interatividade

Servidores dos gabinetes dos vereadores podem prestar serviço para os partidos ou têm de atuar apenas nos gabinetes dos parlamentares?

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