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Mais um diálogo interceptado pela Polícia Federal (PF) apontaria "influência política" do doleiro preso Alberto Youssef, principal alvo da Operação Lava Jato, sobre o pré-candidato do PT ao governo de São Paulo e ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O diálogo, monitorado no dia 5 de março de um aplicativo de mensagem, é entre Youssef e a doleira Nelma Kodama. Nelma pergunta se Youssef "tem acesso" ao delegado-geral da Polícia Civil paulista, Luiz Maurício Blazeck. Ela queria pedir um "cargo para um amigo" no Departamento Estadual de Investigações Criminais.

"Se o Padilha ganhar o governo ajudo ele [o amigo de Nelma] e muito", respondeu Youssef, o que, para a PF, "indica possivelmente que (o doleiro) tem influência política junto ao candidato ao governo de São Paulo".

Padilha não é investigado pela Lava Jato, mas seu nome apareceu em um diálogo do deputado federal André Vargas, que deixou o PT na semana passada, e Youssef. Na conversa, Vargas diz que Padilha indicou um ex-assessor, Marcus Cézar Moura, para ocupar um cargo no laboratório Labogen — que está no centro de um esquema milionário de lavagem de dinheiro e cuja intenção seria fechar negócios com o Ministério da Saúde durante a gestão de Padilha.

Sobre a nova denúncia, Padilha disse que não iria comentar "diálogos de terceiros" e reiterou que "irá interpelar judicialmente qualquer pessoa que utilizar indevidamente seu nome", o que inclui Vargas e Youssef.

O comando da pré-campanha de Padilha ao governo de São Paulo avalia que a interpelação a Vargas vai estancar a crise provocada pela vinculação do nome do pré-candidato ao esquema investigado. Segundo integrantes da coordenação da pré-campanha, Vargas deve responder à interpelação dizendo que o ex-ministro não indicou Moura para o Labogen.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, saiu ontem em defesa de Padilha. "O ministro Padilha não está sendo investigado nos inquéritos, portanto isso é um fato absolutamente claro: não há nenhuma situação de investigação específica", disse.

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