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O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta sexta-feira (3) que o mensalão fez até pagamentos semanais aos políticos e partidos da base aliada envolvidos no esquema.

Os envolvidos, de acordo com ele, recebiam recursos de várias formas, mas especialmente dinheiro em espécie para evitar o rastreamento.

"O batismo que recebeu esse esquema, muitas vezes era excedido, porque temos pagamentos semanais", afirmou.

Ao longo de sua argumentação sobre o mensalão, Gurgel se empenhou em desmontar as justificativas apresentadas pelos réus para negar o esquema de compra de apoio de políticos e partidos da base aliada ao governo Lula (2003-2010).

O procurador chegou a afirmar que "versões inusitadas não faltam nos autos" do processo.

Gurgel disse que as explicações do réu João Paulo Cunha (PT-SP) para o recebimento de R$ 50 mil "não são minimamente aceitáveis". Deputado e candidato à Prefeito de Osasco, Cunha justificou que o valor, que foi recebido por sua mulher, teria sido solicitado ao PT para pagar pesquisas.

Para o Ministério Público Federal, Cunha estabeleceu uma relação estreita com o publicitário Marcos Valério, considerado operador do mensalão ao assumir a presidência da Câmara. Ele seria um dos beneficiados para facilitar contratos com a empresa de publicidade de Valério que ganhou contrato com a Câmara.

Segundo ele, o desvio de recursos da Casa ultrapassou R$ 1 milhão.

Gurgel ainda classificou de "desculpa esdrúxula e esfarrapada" a justificativa do réu Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, para o recebimento de dois envelopes pardos trazidos por um emissário do PT em seu apartamento.

Na avaliação de Gurgel, "o crime de desvio não teria se consumado se Pizzolato não tivesse assinado os repasses em benefício da DNA", sendo que a gestão dele teria modificado o sistema de repasses do Banco do Brasil.

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