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O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação no Paraná (APP Sindicato), José Rodrigues Lemos, afirma que a categoria está "indignada" com atual situação da política nacional. Ele explica que, dentro do movimento sindical, a atual direção da APP – maior sindicato de trabalhadores do Paraná, com mais de 56 mil filiados – sempre se posicionou contrariamente ao que chama de "grupo majoritário do PT e da CUT". "Nós conhecemos o Delúbio (Soares, ex-tesoureiro do PT), na Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação há muitos anos, e já combatíamos a prática dele de sempre tentar levar vantagem", disse.

Lemos critica também o fato de o ex-presidente da CUT, Luís Marinho, ter aceitado o convite para ocupar o Ministério do Trabalho. "Ele pediu votos aos trabalhadores, virou ministro e largou a CUT justamente quando a Central tinha de fazer um papel de combate à política econômica do governo", analisa. "Estava tudo acertado, era por isso que ele não combatia o governo".

Segundo o presidente da APP, a categoria exige a punição dos envolvidos nos escândalos de corrupção, inclusive com a devolução dos recursos. Entretanto, ele faz questão de proteger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Pelo que estamos acompanhando, a maior parte do governo e dos parlamentares não está envolvida com corrupção", diz. "A maioria do PT é formada por trabalhadores honestos que querem mudar o Brasil para melhor", afirma Lemos, que é filiado ao PT.

O sindicalista credita a atual crise do governo a alianças firmadas desde o início do governo Lula, não com os partidos, mas com determinadas pessoas dos partidos. "Ficamos preocupados quando vimos algumas figuras da política brasileira sendo convidadas a participar do governo", explica. "Sentimos que algo estava errado, por exemplo, quando Roberto Jefferson recebeu um cheque em branco do presidente." Lemos considera que, apesar de funcionar em outros países, o financiamento público de campanhas por si só não irá resolver o problema da corrupção

"Vão pegar o dinheiro público e além disso vão pegar dinheiro privado, a confusão será ainda maior", analisa. "Só o financiamento público não resolve, é preciso uma reforma maior."

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