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Assembleia Legislativa: esquema de desvio de dinheiro causou indignação na população paranaense | Rodolfo Bührer/arquivo/ Gazeta do Povo
Assembleia Legislativa: esquema de desvio de dinheiro causou indignação na população paranaense| Foto: Rodolfo Bührer/arquivo/ Gazeta do Povo

Outros poderes

Executivo tem avaliação positiva

Em contrapartida à queda no índice de confiabilidade do Legislativo, a confiança do curitibano no Poder Executivo melhorou. A percepção sobre o governo federal foi a que deu o maior salto. Passou de 39%, em dezembro de 2007, para 48% em junho deste ano. Uma variação positiva de 9 pontos porcentuais. A confiança dos curitibanos no governo do Paraná também cresceu nesse período. Passou de 40% para 44%.

Apenas em relação à prefeitura de Curitiba houve queda no porcentual de confiança. O índice caiu de 70% para 64%. No entanto, mesmo com essa queda, a prefeitura da capital continua a ser, dos três níveis do Poder Executivo avaliados pela pesquisa, o que mais têm a confiança dos curitibanos.

"As pessoas têm uma impressão mais positiva do Executivo porque é o administrador e as ações dele que impactam mais diretamente na vida das pessoas", analisa o cientista político Fabrício Tomio, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Na avaliação dele, a imagem do Legislativo pode melhorar, mas a possibilidade é pequena. "É muito raro uma notícia na mídia relacionada ao Legislativo que seja positiva", comenta.

Além do Executivo, a confiança no Poder Judiciário também evoluiu. Passou de 43% em dezembro de 2007 para 46%, no levantamento realizado neste mês. Já a confiança no Ministério Público caiu de 51% para 49%. O Tribunal de Contas também sofreu uma queda. O índice de confiança do curitibano na corte caiu de 46% para 43%.

No topo da lista da confiança dos curitibanos se mantêm o Corpo de Bombeiros (96%), os Correios (91%) e as Forças Armadas (74%). A confiança nas empresas aéreas foi a que deu o maior salto. Em 2007, quando enfrentavam reflexos da crise aérea, apenas 21% dos curitibanos confiavam nas companhias. Em junho deste ano, o índice é de 54%. (CO)

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A corrupção é o quarto maior problema enfrentado pelos paranaenses na opinião dos eleitores curitibanos. Segundo levantamento exclusivo do Instituto Paraná Pesquisas encomendado pela Gazeta do Povo, para os moradores da capital, a corrupção no estado só não é um problema maior que segurança pública, saúde e consumo de drogas. Com a indicação de 28% dos entrevistados, o item aparece à frente de outros temas que normalmente são considerados problemáticos, como educação, desemprego, transporte coletivo e falta de habitação – veja número no quadro ao lado.

Na avaliação do doutor em Ciência Política Fabrício Tomio, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), este índice tem relação com os recentes escândalos envolvendo a Assembleia Legislativa do Paraná. A série de reportagens "Diários Secretos", da Gazeta do Povo e da RPC TV, revelou um es­­quema milionário de desvio de dinheiro público dentro da Legis­­lativo paranaense por meio da contratação de servidores fantasmas.

"Segurança e saúde são questões cotidianas das pessoas. Elas estão expostas dia a dia a problemas relacionados a isso. A corrupção aparece como um problema na medida em que as denúncias começam a surgir", explica Tomio.

Leitura semelhante é feita pelo diretor da Paraná Pesquisa, Murilo Hidalgo. "O número [apresentado na pesquisa] é altíssimo e, sem dúvida, tem relação com os recentes escândalos da política paranaense", diz. Ele também relaciona a crise do Legislativo estadual à queda na taxa de confiança dos curitibanos na As­­­sembleia e na Câmara Municipal de Curitiba. Essa situação foi detectada pelo levantamento do Paraná Pesquisas sobre o índice de confiança dos curitibanos nas instituições.

Queda

O estudo mostra que a confiança dos eleitores de Curitiba na Assembleia Legislativa caiu 11 pontos porcentuais em relação a dezembro de 2007 – data da última pesquisa. Neste ano, apenas 14% dos curitibanos afirmaram confiar no Legislativo estadual. No levantamento de 2007, este índice foi de 25%. Já o porcentual dos que não confiam na Casa subiu de 65% para 78% – um aumento porcentual de 13 pontos. O que indica que pessoas que tinham se mantido neutras anteriormente passaram a não confiar nos deputados.

Movimento semelhante ocorreu com a Câmara de Curitiba. O porcentual dos que confiam no Legislativo municipal caiu de 34% para 25% – queda de 9 pontos porcentuais. Ao mesmo tempo, o índice dos que não confiam nos vereadores subiu 13 pontos porcentuais – passou de 65% para 78%.

O cientista político Emerson Cervi, da UFPR, considera que "há uma relação muito próxima entre as duas casas [Câmara de Curitiba e Assembleia Legislativa] e por isso a avaliação de uma acaba interferindo na outra". "O problema da Assembleia generaliza para a classe política local por inteiro", completa Murilo Hidalgo.

O presidente da Câmara de Curitiba, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), faz uma leitura parecida para explicar o resultado da pesquisa em relação à Casa que ele preside. "Todos esses processos que ocorrem no Senado, na Câ­­­­mara dos Deputados e na As­­­sembleia Legislativa acabam se estendendo para toda a classe política. As pessoas acabam nivelando por baixo", justifica.

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