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Os investigadores da Lava Jato encontraram indícios de pagamentos feitos pela Odebrecht a uma “autoridade argentina” através de uma offshore usada pela empresa para pagar propina desviada da Petrobras. A Polícia Federal encontrou uma planilha gerada pela secretária de confiança do ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, com dados de pagamentos ilícitos envolvendo eleições no Brasil e no exterior.

O documento foi encontrado em um dos computadores da empresa apreendidos pela Polícia Federal na sede da Odebrecht no ano passado. De acordo com os investigadores, a planilha se tratava de “um controle de pagamentos ilícitos”. Além da autoridade argentina, que ainda não teve o nome divulgado pelos investigadores, foram encontrados os nomes do publicitário João Santana — referido como “Feira”, um trocadilho com a cidade baiana de Feira de Santana — e ao ex-ministro José Dirceu — que aparece como “JD”.

Os pagamentos foram feitos através da offshore Klienfeld, que já foi identificada pela Lava Jato como um dos caminhos de propina da Odebrecht no exterior. A offshore foi usada para pagar ex-dirigentes da Petrobras, entre eles os ex-diretores Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco, Jorge Zelada e Nestor Cerveró.

Figurinhas carimbadas da Lava Jato, offshores facilitam a ilegalidade. Entenda como funcionam

Nesta segunda-feira (22), a Polícia Federal deflagrou a 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de “Acarajé” em alusão ao termo utilizado por investigados para denominar dinheiro em espécie. Cerca de 300 agentes cumprem 51 mandados, sendo 38 de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 6 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva. O publicitário João Santana é um dos alvos desta etapa. Há mandado de prisão temporária expedido contra ele e sua mulher e sócia, Mônica Santana. O casal está na República Dominicana, onde trabalham na campanha de Danilo Medina à reeleição, e, por isso, não foram presos.

As ações da PF nesta manhã acontecem em três estados. No Rio, os agentes estão na capital, em Angra, Petrópolis e Mangaratiba. Também há cumprimento de mandados na capital paulista, em Campinas e Poá, em São Paulo. Na Bahia, os policiais federais atuam em Salvador e Camaçari.

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