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Relator da CPI dos Correios, que investigou pela primeira vez o mensalão, o deputado Osmar Serraglio (PMDB) criticou duramente os governos petistas em entrevista ao vivo para a Gazeta do Povo. Para Serraglio, a eleição de Dilma Rousseff (PT) em 2014 foi um“golpe” no povo brasileiro. Ele relembrou os bastidores da CPI dos Correios e falou, também, sobre o cenário atual do PMDB – e, inclusive, não descartou a possibilidade de assumir a Câmara em uma eventual queda de Eduardo Cunha (PMDB), apesar de achar improvável.

Serraglio elogiou as manifestações deste domingo (13). “Vejo com satisfação, embora [o fato de ter que se manifestar] seja uma coisa triste. Finalmente a população dá uma demonstração de seu desejo”, diz. Ele rejeitou, ainda, a ideia de “golpe” dada por segmentos do PT. “Um povo não pode ser comandado por alguém que tomou o poder por meios totalmente ilícitos. Golpe é o que foi dado na população brasileira nas urnas”, criticou.

Segundo o deputado, desde a época dos sindicatos o PT tem uma prática de “roubar a população brasileira”, e disse ter uma convicção pessoal de que os escândalos da Petrobras são uma continuação do mensalão.

Serraglio se diz vítima da aparência de boas intenções de Dilma Rousseff no primeiro mandato.Albari Rosa/Gazeta do Povo

Apesar do discurso antipetista, Serraglio chegou a ser vice-líder do governo no primeiro mandato de Dilma. Ele diz que se arrepende. “Conheci uma Dilma que começou o mandato mandando embora qualquer um que tivesse o mínimo sinal de envolvimento com corrupção. Fui uma vítima dessa aparência de que Dilma tinha boas intenções”, disse.

O peemedebista criticou, ainda, a narrativa petista de que o impeachment seria um “golpe”. Para o deputado, o Brasil não pode passar mais dois anos em uma situação de crise permanente. “Um povo não pode ser comandado por alguém que tomou o poder por meios totalmente ilícitos. O verdadeiro golpe foi dado na população brasileira durante as eleições”, disse.

PMDB

O deputado participou, neste sábado, da convenção do PMDB. Ele criticou o excesso de cautela do vice-presidente Michel Temer e disse que o senador Renan Calheiros ainda cria empecilhos para um eventual impeachment de Dilma. Ele defendeu, ainda, que o partido saia de forma definitiva do governo e entregue seus cargos.

Serraglio confirmou, ainda, que seu nome tem sido lembrado para assumir o cargo de presidente da Câmara, caso Cunha seja afastado. De acordo com ele, pela proporcionalidade, o presidente será do partido, e seu nome é bem visto pelo bloco de oposição.

Entretanto, ele diz que, mesmo com esses apoios importante, dificilmente será o novo presidente da Câmara. “Na hora do vamos ver, tiram quem é ‘moralista’ e botam quem é bom de balcão. E eu não sou bom de balcão”, disse.

Mensalão

Em 2005, o deputado foi relator da CPI dos Correios, a primeira a investigar o chamado mensalão. Serraglio disse que foi impedido pelos deputados de aprofundar investigações fora do âmbito federal. “Se quisesse ir para esses lados, era brecado pelos votos. Essa é a vantagem de um juiz, de um promotor. Não tem prazo para investigar e não dependem do voto de ninguém”, comentou. Ele disse, ainda, que o relatório final da CPI já indicava que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha conhecimento sobre as irregularidades.

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