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Rio (AE) – O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, defendeu ontem a reforma política e lamentou que "o Brasil avançou mais do que o seu sistema eleitoral". Em entrevista coletiva na qual foi indagado sobre a perspectiva de vir a ser envolvido nas denúncias que já atingiram vários membros do governo e do PT, ele afirmou que "homens públicos estão sob permanente julgamento público" e declarou estar tranqüilo com a sua atuação no Ministério.

Palocci manifestou segurança no futuro da economia brasileira ao lado do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, John Snow. Ele disse concordar com as afirmações recentes do presidente Lula de que o país ainda é vulnerável, mas apenas de forma generalizada. "Não conheço nenhuma economia que não tenha vulnerabilidade", disse, admitindo, entretanto, que "estamos muito mais sólidos nos fundamentos (da economia), mas nosso trabalho não terminou e talvez nunca termine".

Campanhas

O tema da lavagem de dinheiro e irregularidades das campanhas eleitorais também foi abordado por Palocci e Snow, a pedido dos jornalistas. O ministro da Fazenda sublinhou que no primeiro ano do governo Lula foi criado um grupo de trabalho incluindo o Ministério da Justiça, Corregedoria-Geral da União (CGU) e o Ministério da Fazenda para instalar instrumentos que permitam cercar movimentações irregulares de fundos.

Sem citar diretamente as várias denúncias recentes que surgiram amparadas em documentos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Palocci afirmou que "em assuntos levantados recentemente" muitos dados apresentados são resultado desse trabalho que estabeleceu sistemas de informação automática e obrigatória sobre movimento de recursos suspeitos.

Reforma

No caso dos crimes eleitorais, o ministro disse que "há quase uma unanimidade no Brasil de que é preciso uma reforma política" e que deve "ser um tema obrigatório no próximo período".

Palocci brincou que ele tem sido criticado sempre que fala de questões políticas e, antes de encerrar a entrevista, afirmou que "atualmente sempre que tenho vontade de entrar na área política tomo um banho gelado e a vontade passa".

Snow disse, sobre a lavagem de dinheiro, que os Estados Unidos têm um programa antilavagem de dinheiro "muito forte" e acrescentou que, sobre esse assunto, "nunca podemos descansar, nunca ficar tranqüilos e vejo aqui um grande comprometimento para lidar com a essa questão".

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