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A importância dos vices será percebida pela população do Paraná e de Curitiba a partir de abril. Com as renúncias do prefeito Beto Richa (PSDB) e do governador Roberto Requião (PMDB), Luciano Ducci (PSB) assumirá a prefeitura de Curitiba e Orlando Pessuti (PMDB) o Palácio Iguaçu. Ambos os substitutos têm imagens e histórias bem diferentes dos titulares.

"Me considero um vice que contribuiu decisivamente tanto na campanha quanto no governo. Acho que formamos uma boa dupla, enquanto o Requião é explosivo e polêmico, eu sou mais da conversa, conciliador", define Pessuti. O peemedebista vai usar o mandato-tampão para se viabilizar como candidato a governador em outubro.

Nas pesquisas mais recentes, Pessuti aparece bem atrás dos dois principais adversários na disputa, Beto Richa e o senador Osmar Dias (PDT). Ele acredita, no entanto, que o trabalho na vice-governadoria serve para dar consistência à candidatura. "Estive no dia a dia acompanhando e ajudando na gestão administrativa."

No primeiro mandato, Pessuti acumulou o cargo de secretário estadual de Agricultura. A performance, porém, foi comprometida pela gestão da crise da febre aftosa. Pessuti teria se precipitado ao anunciar focos da doença em rebanhos do Paraná, o que prejudicou a pecuária do estado.

Além disso, chegou a ser preterido na chapa de Requião para a reeleição, em 2006. Na época, o governador costurou uma aliança com o PSDB, que queria como vice o então presidente da Assembleia Legislativa, Hermas Brandão. A aliança só não saiu porque houve interferência do diretório nacional tucano e Pessuti foi chamado às pressas para remontar a chapa.

Apesar dos percalços, ele dá a receita do que deve pesar na escolha de um bom vice. "Não devem pesar apenas critérios políticos, financeiros ou de amizade pessoal. O vice deve preencher requisitos ideológicos e políticos, além de ter um mínimo de bom relacionamento com o titular."

Para Luciano Ducci, o primeiro desafio será tornar-se popular. Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, divulgado pela Gazeta do Povo em fevereiro, mostrou que 65,6% dos curitibanos não sabiam quem era o vice-prefeito.

Ducci garante que o resultado da sondagem não assusta. "Considero até positivo o fato de que 34% dos curitibanos responderam espontaneamente o meu nome. É importante dizer que era uma pesquisa espontânea. Não daria o mesmo índice para um ministro, por exemplo."

Ducci também acumulou o cargo de secretário municipal de Saúde. Médico, ele é servidor da pasta desde 1987. Das mãos do futuro prefeito surgiu um dos programas mais famosos da prefeitura, o Mãe Curitibana, que promove o acompanhamento gratuito de gestantes.

Ao contrário de Beto Richa, Ducci é menos político e mais técnico. "Quando vencemos a primeira eleição, fui coordenador do grupo de transição. Desde o começo venho participando ativamente de todo processo de administração da cidade."

Para ele, o segredo do sucesso para um vice é a sintonia com o prefeito. "Além de ter um papel ativo, o vice precisa ser escolhido diretamente pelo titular. Contar com um vice que não foi da sua própria escolha pode mais atrapalhar do que ajudar." (AG)

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