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A participação das mulheres na política paranaense ainda é tímida, mesmo com a reserva de vagas. A eficácia é discutida mas não divide as ativistas políticas paranaenses. No Congresso Nacional, o Paraná tem apenas duas representantes. Na Assembléia, o número sobe para quatro e na Câmara de Curitiba elas são cinco.

A baixa representatividade no parlamento é uma das principais preocupações da bancada de saia da Câmara. A vereadora e pré-candidata ao Senado pelo PSDB, Nely Almeida, entende ser uma necessidade o crescimento do número de mulheres na política. "As mulheres precisam se unir para aumentar a representação delas. Hoje, se as mulheres votassem nas mulheres, poderiam eleger até mesmo o próximo presidente do Brasil", argumenta.

A vereadora petista Roseli Isidoro aposta que na próxima eleição as mulheres aumentarão a participação na Câmara Federal. Ela já admite tentar uma das 30 cadeiras que o Paraná tem direito. "A mulher tem capacidade de assumir cargos políticos e mostrar um desempenho igual ou melhor do que os homens", opina.

Primeira deputada federal na história política do estado, Dra. Clair (PT), pré-candidata ao Senado na eleição de 2006, responsabiliza a cultura do brasileiro pela pouca participação da mulher na política. "Somente a partir de 1932 elas obtiveram o direito de votar. Isso só prova que a cultura que vem de anos é responsável pelo atraso da entrada do sexo feminino na política", explica.

Um assunto que empolga a bancada da saia é a reforma política para equilibrar o número de mulheres e homens eleitos. Para Nely Almeida, há necessidade de cotas para que aumente a participação feminina em todos os níveis da política. "Está na hora do Paraná ter sua primeira senadora ou eleger a primeira governadora", sugere.

A reserva de vagas seria uma solução paliativa para a vereadora Professora Josete (PT). "O sistema de cotas destinadas as mulheres não resolve, mas criaria uma discussão em toda a sociedade", entende. Para a petista é um reflexo do comportamento da sociedade tanto em Curitiba como em outras cidades do Paraná e do Brasil.

A mesma opinião tem Dra. Clair. "Temos que fazer políticas afirmativas até os números se equilibrarem. Sinto que houve um aumento da representatividade da mulher na política paranaense. Já coloquei meu nome para o PT como opção ao Senado Federal", avisa a petista.

A União Interpalamentar fez uma pesquisa com 178 parlamentos em 1999 e constatou que a fraca participação feminina é geral. A proporção média mundial de deputadas é de 13,2% e de senadoras, 10,9%. O Brasil está em 84.º lugar em índice de participação da mulher no parlamento.

O país que tem melhor média de mulheres exercendo atividade política no Congresso é a Suíça: 42,7% dos congressistas. Na vizinha Argentina, as deputadas portenhas ocupam 27% das cadeiras da Câmara e 3% das vagas do Senado. O índice de participação das brasileiras fica em torno de 8,9%

Para os próximos anos, a bancada feminina paranaense aguarda a quebra dos tabus conservadores para ocuparem espaços e aumentarem a representatividade das mulheres. "Temos nossos interesses para defender. Agora só precisamos unir nossa forças", conclui Nely Almeida.

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