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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Busca por celebridades vira moda

No país inteiro, há uma avalanche de artistas prontos para disputar as eleições de 2008. O PPS vai lançar a apresentadora de TV e vereadora Soninha Francine para a prefeitura de São Paulo. O iatista Lars Grael deve ser o vice na chapa de Soninha.

O PPS aposta ainda na cantora Gretchen como pré-candidata à prefeitura de Itamaracá (PE) e no ex-goleiro do Corinthians Ronaldo Giovanelli para vereador em São Paulo (SP).

O PTB montou a chapa da fama para a Câmara de São Paulo: o apresentador Sérgio Mallandro, o estilista Ronaldo Ésper, o ex-atacante do Corinthians Viola e o cantor Rafael Ilha, do antigo grupo Polegar. Nem a ex-chacrete Rita Cadilac, que ficou conhecida como dançarina do programa do Chacrinha na década de 70, ficou fora do elenco de atrações partidárias. Ela quer ser vereadora em Praia Grande (SP) pelo PTB.

Os partidos políticos estão apostando em celebridades para atrair votos nas eleições municipais de 2008 em Curitiba. Artistas, cantores e atletas estão sendo convidados a reforçar as chapas de candidatos a vereador para tentar ganhar o eleitor não pela experiência política, mas pela popularidade.

A idéia é inspirada na façanha de famosos que estrearam na vida pública no ano passado com votações expressivas, como o estilista Clodovil Hernandes e o cantor Frank Aguiar, ambos eleitos deputados federais.

Em Curitiba, as recentes aquisições dos partidos para disputar uma das 38 vagas da Câmara Municipal incluem o ex-jogador de futebol Paulo Rink, a ex-Big Brother Marcela Prado e o cantor sertanejo William, que faz dupla com Renan. Nenhum deles assume a condição de candidato, mas os três se filiaram dentro do prazo exigido pela Justiça Eleitoral para ter condições legais de concorrer nas eleições municipais. E sinalizam que as portas estão abertas para um entendimento futuro.

A londrinense Marcela Prado, de 29 anos, a "Mama", ficou conhecida depois de participar da quarta edição do programa Big Brother Brasil, em 2004. Passado o auge da fama, mudou para Curitiba há dois anos e meio, montou um salão de beleza, transferiu seu título eleitoral e, no mês passado, entrou no PP.

Mas Marcela ainda tem dúvida se sairá candidata. "A política é uma área que me encanta. Mas precisaria largar o próprio negócio para me dedicar integralmente. Vou pensar nisso lá na frente."

Com a experiência de um confinamento na casa do BBB, vigiada com câmeras 24 horas por dia, Marcela reconhece que a exposição na mídia oferece vantagem em relação aos outros concorrentes numa campanha eleitoral. "Na hora em que aparece o rostinho, acaba ajudando."

O PMDB, que vem com uma chapa composta basicamente por pré-candidatos que carregam sobrenomes políticos tradicionais, também tem surpresa "na manga". A aposta é o cantor sertanejo Willian, que apresenta um programa na TV Educativa. O cantor explica que, antes de tomar qualquer decisão, terá de rediscutir seu contrato artístico, que não permite envolvimento político.

Para Willian, também é difícil prever a reação dos fãs, que acompanham a carreira dele há 21 anos. "As pessoas gostam de mim como cantor e apresentador. Mas será que vão gostar de me ver na política?", questiona. Ainda assim, o cantor sinaliza que, se for da vontade do governador Roberto Requião e das lideranças do PMDB, pode aceitar o convite. "Parceiro é pra essas coisas."

Os atletas também estão escalados para enfrentar as urnas. O PPS filiou um ídolo da torcida atleticana, o ex-atacante Paulo Rink. Há 5 meses, o jogador se despediu do futebol, depois de uma sólida carreira no Atlético Paranaense e no exterior.

Já o PSDB pretende lançar a cantora gospel Mara Lima para vereadora. O PDT terá vários cantores, entre eles o compositor Natinho, que está com o discurso de campanha pronto. "Quem sabe através da política seja possível viabilizar um trabalho maior em prol da própria classe."

O sociólogo Ricardo Costa de Oliveira, da UFPR, diz que sempre houve participação de famosos nas eleições. Mas a tendência é de que eles não permaneçam muito tempo na política depois de eleitos. "O eleitorado cansa da novidade. Eles passam a ter votações menores nas eleições seguintes e acabam desisistindo", diz o especialista. "Isso costuma ocorrer porque eles não tem afinidade ou interesse pelo meio político."

O Paraná, segundo Oliveira, tem vários exemplos de figuras populares que estão fora da política, como o apresentador Ratinho, que foi deputado federal, e os ex-deputados estaduais radialistas Luiz Carlos Alborguetti, Renato Gaúcho e Ricardo Chab.

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