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Vinte oito pessoas foram assassinadas em conflitos no campo, de janeiro a agosto deste ano, segundo dados que divulgados nesta segunda-feira pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). Foi registrado um assassinato a mais do que no mesmo período de 2004, quando houve 27 mortes.

O dado revela que apesar das inúmeras denúncias e da ação dos movimentos sociais do campo, a violência persiste. Um dos fatores que contribui para esta realidade é a impunidade. O exemplo dado pela CPT para justificar essa afirmação foi o hábeas-corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal ao coronel Mário Pantoja sexta-feira passada. Pantoja foi condenado a 228 de prisão por ser um dos responsáveis pelo massacre de 19 trabalhadores em Eldorado de Carajás, em 1996. Agora, ele vai esperar em liberdade o julgamento do seu recurso.

Dos 28 assassinatos o Pará destaca-se com 14, seguido de Mato Grosso, com 3. Nos estados da Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro e Maranhão ocorreram 2 mortes. O caso que mais despertou a atenção foi o assassinato da irmã Dorothy Stang, em Anapu, na Pará, em 12 de fevereiro. A missionária americana, naturalizada brasileira, de 74 anos, foi assassinada por pistoleiros, a mando de fazendeiros e madeireiros da região na disputa pela terra. A missionária apoiava e estimulava a criação dos chamados PDS (Projetos de Desenvolvimento Sustentável), que aliavam produção e proteção ao meio-ambiente.

O levantamento da CPT registra ainda 27 tentativas de assassinato, 114 ameaças de morte, 2 pessoas torturadas, 52 agredidas fisicamente, 144 presas e 80 feridas. De janeiro a agosto, foram registrados 794 conflitos no campo envolvendo 615.260 pessoas. Estes números representam 44% a menos de conflitos em relação ao mesmo período de 2004, 1.416; e de 26% a menos no número de pessoas envolvidas, 834.484, em 2004.

Por outro lado, os dados mostram, em 2005, uma média de 774 pessoas envolvidas em cada conflito, contra 589, em 2004. O número de pessoas envolvidas por conflito é 31% maior. Nestes conflitos 1.664 famílias foram expulsas da terra pelo poder privado. Outras 10.990 famílias foram despejadas com mandado judicial. 8.412 famílias sofreram intimidação de pistoleiros.

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