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Eduardo Cunha, presidente da Câmara. | Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil/Fotos Públicas
Eduardo Cunha, presidente da Câmara.| Foto: Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil/Fotos Públicas

O patrimônio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teve um aumento de 214% entre 2002 e 2014, segundo informa a Procuradoria-Geral da República no pedido que deu origem a abertura de um segundo inquérito por corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o deputado. Cunha tem atualmente patrimônio declarado de R$ 1,6 milhão. Em 2002, quando enveredava pela política, tinha bens da ordem de R$ 525.768,00.

Os valores declarados também são bem inferiores aos valores movimentados pelo presidente da Câmara. Em 2008, quando abriu contas secretas na Suíça, Cunha tinha patrimônio estimado em US$ 16 milhões. Pelas informações do Ministério Público da Suíça, o deputado recebeu mais de R$ 22 milhões em contas no banco Julius Baer. As contas não foram declaradas à Justiça Eleitoral e à Receita Federal.

“Em relação à titularidade das contas objeto da transferência de processo por parte da Suíça, o procurador-geral em exercício explica que não há a menor dúvida de sua vinculação com Eduardo Cunha e Cláudia Cruz. Para ele, os elementos neste sentido são abundantes e evidentes. “Há cópias de passaportes – inclusive diplomáticos – do casal, endereço residencial, números de telefones do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto”, diz nota divulgada pela Procuradoria-Geral da República nesta sexta-feira (16).

Na decisão em que autorizou a abertura de novo inquérito contra Eduardo Cunha, o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), recomendou que o Ministério Público e a Polícia Federal trabalhem em harmonia. Em episódios recentes, as duas instituições divergiram sobre a estratégia de condução das investigações da Lava Jato. O despacho do ministro foi escrito ontem, mas só foi divulgado nesta sexta-feira (16).

“Registra-se ser do mais elevado interesse público e da boa prestação da justiça que a atuação conjunta do Ministério Público e das autoridades policiais se desenvolva de forma harmoniosa, sob métodos, rotinas de trabalho e práticas investigativas adequadas, a serem por eles mesmos definidos, observados os padrões legais, e que visem, acima de qualquer outro objetivo, à busca da verdade a respeito dos fatos investigados, pelo modo mais eficiente e seguro e em tempo mais breve possível”, escreveu o ministro.

Mulher e filha na mira

Além de Cunha, também serão investigadas no mesmo inquérito a mulher dele, Cláudia Cordeiro Cruz, e a filha Danielle Dytz da Cunha Doctorovitch. Na decisão em que autoriza o início das investigações, Zavascki explicou que, quando o Ministério Público Federal pede a abertura de um inquérito, cabe ao STF cumprir a determinação, a não ser que haja algum tipo de irregularidade no pedido. Como isso não foi verificado, o ministro instaurou o inquérito.

Ao fim do despacho, Zavascki determinou que os autos voltassem ao Ministério Público, para que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, especificasse quais providências serão necessárias no momento. O procurador-geral poderá pedir a tomada de depoimentos ou, ainda, a quebra de dados sigilosos dos investigados. Na decisão, o ministro não deu detalhes sobre os indícios que existem contra os suspeitos.

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