Em sua primeira visita ao Egito desde que assumiu o cargo de ministro das Relações Exteriores, o chanceler Antonio Patriota pediu o apoio de Cairo à candidatura de José Graziano para a direção-geral da FAO, agência das Nações Unidas para agricultura e alimentação. Segundo uma autoridade brasileira, os egípcios demonstraram simpatia pelo nome de Graziano, que acompanhou a delegação.
Durante a viagem de dois dias, Patriota conversou com o chanceler egípcio, Nabil al-Araby, e com o secretário-geral da Liga dos Estados Árabes, Amr Moussa. Com al-Araby, Patriota reafirmou o interesse do Itamaraty em acompanhar os desdobramentos no Egito pós-Mubarak e manter contato com as novas lideranças locais - o país é o principal destino das exportações brasileiras para a África.
O cenário político no norte da África e no Oriente Médio também foi discutido com o secretário-geral. Na ocasião, Patriota enfatizou que o Brasil e a América do Sul pretendem aprofundar o diálogo com o Egito e o mundo árabe. O ataque realizado em Cairo por uma multidão de muçulmanos contra uma igreja na noite de sábado, que deixou pelo menos dez mortos e mais de 180 feridos, não provocou alterações na agenda do chanceler brasileiro.
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