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O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse nesta segunda-feira que acredita na possibilidade de um acordo com a bancada do PSDB no Senado para aprovar a prorrogação da CPMF até 2011. Segundo ele, as propostas dos tucanos são viáveis, embora nem todas possam ser implementadas de uma só vez.

- Tivemos várias conversas com a bancada do PSDB e percebemos que as propostas que eles têm defendido nessa questão da CPMF não têm nada de absurdo, são viáveis, factíveis. Talvez não tenhamos condições de executá-las todas simultaneamente porque, de fato, aumentaria o custo orçamentário, mas são propostas boas e é um partido que já foi governo, portanto, eles têm muita responsabilidade. Acho que vamos conseguir avançar para fazer um acordo - disse o ministro em entrevista à Rádio Nacional.

Em almoço com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no dia 25 de outubro, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), apresentou uma lista com seis reivindicações do partido para votar a prorrogação da CPMF. No dia 31 o governo apresentou a contraproposta aos tucanos com oito medidas. Nesta terça-feira, a Executiva Nacional do PSDB se reúne e deverá decidir o posicionamento final sobre a prorrogação da CPMF.

PSDB ameaça romper diálogo com o governo

Mas o debate promovido por aliados do governo sobre a possibilidade de um terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode azedar a relação. Arthur Virgílio ameaça interromper o diálogo com o governo e levar sua bancada a votar contra a proposta de emenda constitucional (PEC) que prorroga a CPMF.

A proposta já passou na Câmara mas ainda não foi aprovada pelo Senado, onde o governo não tem votos suficientes e ainda negocia com o PSDB. O governo estuda aumentar a isenção da cobrança da CPMF para quem ganha até R$ 1.642. Acima disso, haveria um abatimento no Imposto de Renda que ainda está negociado no governo. Hoje, quem ganha até três salários-mínimos, ou R$ 1.140, já não paga CPMF porque o valor descontado é abatido no recolhimento do INSS. Acima de R$ 1.642, haveria dedução no IR; não se sabe ainda se haverá um desconto-padrão ou faixas de renda com diferentes percentuais de desconto.

- Se a votação da CPMF fosse hoje, nosso voto seria contra. As respostas do governo no campo político são péssimas e no campo econômico, nada concretas. Estou disposto a detonar o acordo e acabar logo com essa brincadeira. E não achem que vou permitir que a bancada saia rachada - avisou Virgílio.

O líder tucano não disfarça sua irritação especialmente com a falta de uma reação mais contundente de Lula em relação à iniciativa de um de seus amigos mais próximos, o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), de levar adiante a tramitação de uma PEC que garantiria ao presidente disputar um novo mandato em 2010.

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