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O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, admitiu que a falta de comando, com desencontro de informações entre os setores que integram a aviação brasileira, foi decisiva para a troca no Ministério da Defesa. Nelson Jobim assumiu na tarde de quarta-feira o cargo de ministro, em lugar de Waldir Pires, desgastado no cargo após dez meses de crise aérea.

- Nos últimos dias acabei sendo chamado para ajudar na questão. Faltava coordenação. Muitas vezes você vê autoridades de diferentes órgãos dando declarações desencontradas. Isso não só revela que não tem coordenação, mas que não se sabe o que fazer - disse.

Paulo Bernardo, que foi cogitado para assumir a pasta, elogiou o novo ministro.

- Quase virei ministro da Defesa e a solução que foi dada com certeza foi muito melhor. Jobim tem capacidade de gestão, já foi ministro (da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso), presidente do Supremo e tem uma autoridade notória que todo mundo conhece.

Segundo Paulo Bernardo, a tarefa de Jobim é concentrar as ações da aviação para que todos possam atuar sem bater cabeça, o que se reflete nas reuniões que o novo ministro terá com os diretores da Anac no início da semana.

- A conversa do presidente com Jobim vai no sentido de dar um comando, uma voz. Evidentemente, cada órgão vai continuar falando de suas atribuições setoriais, mas temos que ter todo mundo empurrando para o mesmo lado - avisou.

Paulo Bernardo adiantou que o novo ministro deve fazer mudanças nas gestões para melhorar a capacidade de resposta e, conseqüentemente, pôr fim ao caos aéreo que perdura há dez meses no país. Paulo Bernardo também recebeu sinal verde do presidente para abrir o capital da Infraero e atrair recursos da iniciativa privada aplicados no setor de infra-estrutura aeroportuária.

- Queremos a Infraero como empresa pública de capital aberto, com governança corporativa transparente, eficiente e ágil, podendo eventualmente se associar, mas controlando majoritariamente esses negócios.

Paulo Bernardo confirmou que o governo remanejará R$ 2 bilhões que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) deveria alocar no setor de transporte terrestre para aplicar os recursos na infra-estrutura aeroportuária. O ministro ministro pretende rever em setembro alguns projetos que estão em ritmo lento.

- O maior aporte de recursos é na área de transporte. Não tem por que deixar os recursos e não executar e podemos fazer alguns ajustes. Num horizonte de quatro anos, podemos reforçar com os R$ 2 bilhões o orçamento para aeroportos - declarou.Berzoini: Não é possível suportar mais meses de crise

Já o presidente do PT, Ricardo Berzoini, disse em Belo Horizonte que a mudança no comando do Ministério da Defesa vai permitir que o país tenha tranqüilidade no setor aéreo e ajustar a relação entre a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) com a Aeronáutica.

- Não é possível suportar mais meses de crise. O presidente Lula achou necessário fazer uma mudança, trocar peças, dar uma chacoalhada no setor. Não sei se faltou comando, acho que Waldir Pires comandou como pôde, mas agora o que importa é ajustar a relação da Anac com a Aeronáutica para trazer tranqüilidade ao setor aéreo brasileiro, porque não é possível suportar mais meses de crise -- afirmou Berzoini.

Para o presidente do PT, a crise não foi provocada por falta de um técnico no comando do ministério.

- Não é problema nomear políticos para funções, desde que eles saibam ter assessores técnicos. Desqualificar a política não é bom para a democracia ou para o país.

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