O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, foi impedido de participar do debate promovido ontem, em Curitiba, com os candidatos à presidência nacional do PT. O ministro veio representar Tarso Genro, que disputa a reeleição como presidente, mas foi proibido de apresentar as propostas da corrente do Campo Majoritário, grupo que reúne as principais lideranças ligadas ao presidente Lula. O debate foi um evento preparatório para a eleição do diretório nacional, marcada para 18 de setembro.
Antes mesmo do início da reunião, em um hotel no centro da capital, houve princípio de tumulto e gritaria. Os cinco candidatos presentes se basearam no Regimento Interno do Processo de Eleição Direta (PED) para argumentar que não poderia haver substituições no debate.
Integrantes do Campo Majoriário protestaram contra a decisão e no meio de muita confusão saíram do salão onde seria realizado o debate junto com Paulo Bernardo, o presidente estadual do PT, André Vargas, e o prefeito de Londrina, Nedson Micheleti.
O ministro permaneceu durante meia-hora no saguão do hotel e depois se retirou. "Não vamos ficar aqui ouvindo críticas sem poder rebater nada", explicou. Além de Tarso Genro, que justificou a ausência alegando problemas familiares, o candidato Gegê não compareceu.
Os discursos dos cinco candidatos que estavam presentes Marcos Sokol, Valter Pomar, Raul Pont, Maria do Rosário e Plínio de Arruda Sampaio foram repletos de críticas pesadas contra o presidente da República e o Campo Majoritário. O tom lembrava partidos de oposição ao governo petista, como PFL e PSDB.
Os seis grupos de posições diferentes que se inscreveram para disputar a presidência mostraram, durante o encontro, que estão unidos para derrubar a direção nacional. "O patrimônio de 25 anos do partido não pode ser jogado na lata do lixo por um grupo irresponsável", disse Válter Pomar.
Em todas as falas dos candidatos, estavam presentes os termos "punição dos culpados" e "reconstrução do partido".
Os concorrentes fizeram um pacto de união caso haja segundo turno na eleição. Vão usar a fórmula do "todos contra um" para tentar impedir a vitória de Tarso Genro.
Para o presidente André Vargas, os candidatos estão querendo excluir a maioria ao impedir a presença de um ministro. "Eles querem voltar a ter um partido pequeno, mas nós não queremos excluir ninguém. A saída para o PT depende de todos os campos, inclusive os de esquerda", disse.
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