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Enquanto Dilma Rousseff evita comentar em público a aliança entre Marina Silva e Eduardo Campos e pede respeito à ex-ministra do Meio Ambiente em reuniões privadas com aliados, seus auxiliares e correligionários iniciaram ontem, 9, uma ação para minar a dupla que se uniu pelo projeto presidencial do PSB.

A estratégia consiste em mostrar as contradições da união da ex-ministra com o governador de Pernambuco. A aposta dos petistas é que haverá uma disputa entre os dois pela vaga de cabeça de chapa na campanha ao Palácio do Planalto no ano que vem.

Coube ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, fazer ontem a mais crítica declaração do governo até agora contra a parceria de Marina com Campos. "Não sei se a chapa é competitiva. Ela (Marina) acrescenta para ele (Campos), mas se você for pensar, se ela for vice, no Brasil ninguém vota por causa do vice", afirmou o ministro logo após deixar reunião com Dilma no Palácio do Planalto ontem.

Bernardo disse ainda que ambos, por articularem uma candidatura contrária ao PT, mudaram o discurso - Marina foi ministra de Meio Ambiente de Lula e Campos, da Ciência e Tecnologia, também na gestão do ex-presidente. Para o ministro, a aliança anunciada no sábado, 5, aumentou as chances de Dilma vencer a eleição do ano que vem ainda no 1.º turno.

Horas depois da reunião com o ministro, Dilma esteve no Congresso. Questionada sobre Marina e Campos, respondeu: "Hoje estou na fase dos grandes beijos". Na segunda-feira, 7, havia dito em reunião de líderes que a parceria de Marina com Campos fosse tratada com precaução. "Marina não é qualquer pessoa", afirmou, segundo aliados.

No mesmo evento do Congresso em que Dilma disse estar numa "fase de grandes beijos", os petistas repetiam as críticas de Bernardo. "Em eleição, dois mais dois não é quatro: a redução do número de candidatos fortalece quem está no governo", afirmou o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE).

"Os votos tendem a se pulverizar, é uma aliança que vai para a direita", disse o petista, lembrando a adesão ao PSB de Paulo Bornhausen, filho do ex-senador Jorge Bornhausen, e do ex-senador Heráclito Fortes (PI), ambos do antigo PFL, adversário histórico do petismo.

O secretário-geral do PT, deputado Paulo Teixeira (SP), afirmou que a aliança tem incoerências que decepcionaram os militantes da Rede - partido que teve o registro negado por falta de assinaturas - e que não garantirão a transferência de votos de um para o outro. "Há um descontentamento da militância da Rede. Ele (Campos) trouxe setores muito conservadores para o partido", disse o petista, segundo quem o posicionamento do PSB em temas ambientais, como na votação do novo Código Florestal, tende a afastar os eleitores que apoiaram Marina nas eleições de 2010.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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