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O ex-prefeito Paulo Maluf negou nesta sexta-feira em entrevista à rádio CBN que tenha atrapalhado as investigações da Polícia Federal e afirmou quem o réu do processo não é ele, e sim o doleiro Vivaldo Alves, conhecido como 'Birigui'. Maluf afirmou que denunciou a tentativa de extorsão do doleiro que é, na verdade, o dono da conta de Nova York.

- Eu não conheço esse doleiro. O dono da conta é ele - disse o ex-prefeito, afirmando que o doleiro só acusa a ele porque ofereceram o benefício da delação premiada, na qual o acusado pode ter sua pena reduzida se passar informações à polícia sobre outros envolvidos no crime.

Nesta quinta-feira, o procurador do Ministério Público Federal, Pedro Barbosa, endossou o pedido feito pela Polícia Federal (PF) e entregou à Justiça processo que pede a prisão preventiva do ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, e do filho dele, Flávio. O processo foi entregue à juíza da 2ª Vara Criminal Federal, Silvia Rocha. Ao contrário da PF, no entanto, Pedro Barbosa não pediu a prisão do ex-prefeito Celso Pitta, apadrinhado político de Maluf.

Maluf afirmou que confia na decisão da juíza, pois não atrapalhou o andamento do processo e se dispõem a comparecer à Justiça toda vez que é chamado. Para ele, o episódio é uma 'perseguição'.

O ex-prefeito foi acusado pelo doleiro Vivaldo Alves de enviar recursos ilegalmente para o exterior. Escuta telefônica feita pela Polícia Federal mostra o filho de Maluf, Flávio, tentando convencer o doleiro a não depor. É neste fato que se baseia o pedido de prisão preventiva, que pode ser pedido se a pessoa atrapalha o andamento do processo ou representa risco à sociedade.

Em nota, Maluf diz que Birigüi foi "subornado pelo delegado Protógenes Queiroz, que lhe prometeu os benefícios da delação premiada se o depoente falasse contra Paulo Maluf".

Entre os documentos liberados pela promotoria de Nova York, existe uma lista de depósitos de quase US$ 11 milhões, feitos na conta "Chanani", que segundo Birigüi era a principal conta operada por ele a mando de Flávio Maluf. Para o Ministério Público, esse dinheiro é propina paga a Maluf em 1998.

Apesar de ter deixado a Prefeitura em 1996, o Ministério Público acredita que haveria um acordo para que Maluf continuasse a receber a propina da empreiteira Mendes Júnior até 1998. A Mendes Júnior afirma que nunca fez pagamento irregular a Maluf. Segundo a PF, dados apresentados por Birigüi, em seu livro-caixa, bateriam com números entregues em 2002 ao MP pelo ex-tesoureiro da Mendes Júnior. Maluf questiona as informações dadas pelo doleiro.

- Os depósitos coincidiram com a emissão desses cheques ou a 'coincidência' foi feita depois, no depoimento do doleiro, para que valores citados nos depoimentos coincidissem com depósitos na conta do próprio doleiro, que já eram públicos - diz a nota.

O ex-prefeito Celso Pitta negou que esteja atrapalhando a investigação. Ele disse que, em julho do ano passado, o MP desmembrou o processo que envolvia o nome dele com o de Maluf, separando seu caso dos demais e que por isso não poderia interferir. Pitta negou conhecer Birigüi e declarou não ver razão para o pedido de prisão.

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