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O promotor que acusa os ex-seguranças de envolvimento na morte de Paulo César Farias e Suzana Marcolino disse nesta sexta-feira (10) que peritos deixaram de fazer mais testes por causa dos "direitos humanos" do porco.

Os peritos que desenvolveram o segundo laudo, defendendo a tese de que houve um duplo homicídio, atiraram num porco anestesiado para ver os efeitos do tiro no corpo de Suzana.

Segundo o promotor Marcos Mousinho, ao contrário de Suzana, o porco não sangrou porque a bala pegou no pulmão.

Ao justificar porque não foi utilizado um outro animal, ele citou toda a burocracia que existe para testes com animais. "O porco tem direitos humanos dos porcos", disse Mousinho, provocando risos até da assistente do juiz Maurício Breda.

O promotor, que fala aos jurados desde 8h43, tenta convencer os sete jurados de que os seguranças não mataram o casal no dia 23 de junho de 1996, mas foram omissos ao não impedir o que ele diz ser um duplo homicídio.

"Eles eram seguranças. Estavam ali para garantir a vida de Paulo César Farias", afirmou. "Não agiram porque participaram da trama. Falsearam a versão quando não podiam falsear. A obrigação deles era proteger aquelas duas vidas", disse o promotor.

Para Mousinho, as primeiras investigações foram tendenciosas e visaram justificar a tese de que Suzana matou PC Farias e depois cometeu suicídio.

"As investigações foram direcionadas nesse caminho", afirmou Marcos Mousinho.

Segundo ele, não foi PC Farias que contratou dois detetives para seguir Suzana, ele não sabia que estava sendo traído e não pretendia acabar o relacionamento com ela no dia do crime.

O promotor disse que Suzana comprou uma arma -a mesma usada no crime- porque estava sendo seguida. Ele questionou o fato de nenhum familiar da ex-namorada ter sido ouvido durante as primeiras investigações.

Mousinho disse ainda que a primeira perícia, formulada por peritos de Alagoas e pela equipe do legista Badan Palhares, que na época era da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), foi baseada em informações teóricas, não em testes.

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