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O PCdoB cresceu e enriqueceu desde que os aliados assumiram o poder no governo federal, em 2003, com a eleição do ex-presidente Lula. A legenda manteve, no período, o domínio absoluto do movimento estudantil, que comanda há 20 anos. Em 2010, ano eleitoral, o "partido do socialismo" recebeu R$ 6,9 milhões em doações de empresas, segundo o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A quantidade de filiados também aumentou. Em 2001, 33.948 participaram dos congressos do PCdoB. Em 2009, foram 102.332.

Antes de partilhar o poder com o PT, os comunistas sobreviveram ancorados no movimento estudantil. "Nos anos 70, o PCdoB colocava quadros do partido, chamados estudantes profissionais, para recrutar novos elementos no interior da universidade", afirma o historiador Marco Antonio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFScar).

"A UNE tem em sua diretoria representantes de todos os partidos. No último congresso, 1,5 milhão de universitários participaram. É um processo amplamente democrático", rebate Augusto Chagas, militante do PCdoB, ex-presidente da entidade.

A ligação dos comunistas com o esporte nasceu ainda no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em 2001, na divisão de cargos da prefeitura petista de Marta Suplicy, a comunista Nádia Campeão ficou com a Secretaria de Esporte. Dois anos depois, no governo Luiz Inácio Lula da Silva, Agnelo Queiroz (hoje governador do Distrito Federal pelo PT) foi escolhido para o ministério da área. O cargo era compatível com o tamanho da legenda que saiu das eleições com apenas 12 deputados.

Com a chave do cofre do Ministério do Esporte na mão, o PCdoB implantou um modelo de gestão que previa a realização de programas em parcerias com ONGs, a maioria sob controle de quadros do partido. As transferências de dinheiro abriram caminho para irregularidades. A Controladoria Geral da União (CGU) pede a devolução de R$ 49 milhões repassados pela pasta para entidades.

O acesso ao dinheiro não trouxe, porém, aumento substancial da bancada na Câmara. No ano passado, foram eleitos 14 deputados da legenda, apenas dois a mais que em 2002.

Ainda assim, o partido ampliou a sua estrutura. Em 2008, comprou a primeira sede própria de sua história, no valor de R$ 3,3 milhões, no centro de São Paulo, com oito andares.

No governo, além do Minis­tério do Esporte, comanda a Embratur, com Flávio Dino, e a Agência Nacional do Petróleo (ANP), com Haroldo Lima.

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