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A sombra de Lula: telefonema para que Orlando Silva não saísse | Evaristo Sá / AFP
A sombra de Lula: telefonema para que Orlando Silva não saísse| Foto: Evaristo Sá / AFP

A manutenção de Orlando Silva (PCdoB) no cargo de ministro do Esporte contou com forte articulação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos bastidores. Segundo reportagem de ontem do jornal O Globo, foi Lula quem recomendou a Orlando Silva e ao PCdoB para que resistissem às pressões e não entregassem a pasta.

As denúncias que atingem o Esporte, embora tenham estourado apenas na gestão da presidente Dilma Rousseff, envolvem os dois mandatos de Lula (leia mais na reportagem da página anterior). Orlando Silva era ministro do Esporte de Lula. Sua indicação para o ministério de Dilma teria sido feita pelo próprio ex-presidente. Outro envolvido nas acusações, Agnelo Queiroz, também foi ministro do Esporte de Lula, antes de Orlando Silva.

E, diferentemente de Dilma, que tem se destacado por demitir ministros envolvidos em suspeitas de corrupção, Lula se notabilizou nos seus oito anos à frente da Presidência por evitar ao máximo demissões na Esplanada por denúncias de irregularidades, adotando o estilo da "resistência" às notícias e à imprensa.

Telefonema

No fim da tarde da sexta-feira, quando se esperava que Orlando Silva pedisse demissão, Lula ligou para o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, e reafirmou que o momento era de resistência. O próprio Rabelo relatou o telefonema a militantes do partido que estavam reunidos 17.ª Conferência Estadual do PCdoB do Rio de Janeiro, na noite da sexta. O apoio de Lula logo se converteu em ato de desagravo a Orlando Silva.

Lideranças do PCdoB disseram que foi decisiva a união do partido em torno do ministro. E ressaltaram que foi importante também que o ministro tenha seguido à risca a orientação dada por Lula, que vinha falando diretamente com o ministro nos últimos dias, aconselhando-o a resistir.

Sucessores

Apesar de Orlando Silva ter ficado no ministério, interlocutores da presidente Dilma não estão seguros de que ele conseguirá suportar à pressão. O Planalto estaria fazendo uma varredura nos contratos do ministério para se certificar que as denúncias não seriam verdadeiras, como alega Silva.

Enquanto isso, nomes para sucedê-los já estão sendo cogitados nos bastidores. Opções "caseiras", dentro do PCdoB, seriam a ex-prefeita de Olinda (PE) Luciana Santos e os deputados federais Jandira Feghali (RJ) e Aldo Rebelo (SP). Já o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), trouxe à tona o nome de Pelé, que já havia sido ministro do Esporte no governo do ex-presidente Fernando Henrique.

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