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Zeglin diz que bancada precisa estudar delicadamente a proposta | Pedro Serápio/ Gazeta do Povo
Zeglin diz que bancada precisa estudar delicadamente a proposta| Foto: Pedro Serápio/ Gazeta do Povo

Sucessão na prefeitura

Gustavo Fruet não responde à proposta do partido

Convidado para integrar o PDT e ser candidato a prefeito de Curitiba, o ex-deputado federal Gustavo Fruet ainda não decidiu se permanece no PSDB, ou se migra de legenda. Segundo o presidente municipal em exercício do PDT, Wilson Picler, o partido tinha dado até o final de abril para que ele desse alguma resposta. No entanto, Fruet diz preferir esperar até o final do semestre para tomar alguma decisão.

"É um período de amadurecimento para todos os partidos e para todos os que participam desse processo", comenta Fruet. Além disso, segundo o ex-deputado, as conversas com o PDT não indicam necessariamente uma mudança de legenda, mas também podem significar uma coligação. "Nas duas últimas eleições municipais, o PSDB esteve junto com o PDT na capital. Nesse momento, os vereadores do PDT são da base do prefeito", relembra.

Além do convite do PDT, ainda existe a possibilidade de o ex-deputado se candidatar pelo próprio PSDB. "Intensifiquei esse diálogo com os dirigentes partidários, falei com praticamente todos os vereadores e todos os deputados do PSDB. Agora, aguardo um posicionamento do partido. O silêncio também servirá como resposta", diz. Parte dos tucanos de Curitiba prefere que Fruet não saia candidato para que o partido siga no bloco de apoio do atual prefeito, Luciano Ducci (PSB).

Na última semana, Fruet conversou com o presidente nacional do PSDB-PE, deputado federal Sérgio Guerra, que demonstrou solidariedade ao desejo do ex-deputado se candidatar a prefeito. No entanto, ele nega que o pernambucano vá intervir na questão. "Sou contrário a qualquer forma de intervenção. Briga na trincheira não resolve", afirma.

Já de olho nas eleições municipais de 2012, o diretório do PDT quer que o partido assine o pedido de instalação da CPI dos Ra­­dares na Câmara de Curitiba. Atualmente no bloco de apoio ao prefeito Luciano Ducci (PSB), os três vereadores do partido, Tito Zeglin, Jairo Marcelino e Roberto Hinça, podem dar à oposição as assinaturas que faltam para iniciar as investigações. Para que uma CPI seja instalada na Câmara, são necessárias as assinaturas de 13 vereadores. Até o momento, 11 já assinaram – incluindo cinco vereadores da situação.

Alvo de denúncias de corrupção e manipulação de multas mostradas em reportagem do Fantástico, a Consilux, empresa que gerenciava os radares de trânsito de Curitiba, teve seu contrato com a Urbs rompido unilateralmente pelo prefeito Luciano Ducci. Desde então, vereadores de oposição tentam emplacar uma CPI na Câmara Municipal de Curitiba.

A decisão do PDT deve sair hoje, em reunião do diretório municipal do partido. De acordo com o presidente em exercício do diretório de Curitiba, Wilson Picler, a posição da maioria dos filiados é de que os vereadores devem assinar o requerimento. Porém, os vereadores não pensam da mesma forma. "Fora os que têm mandato, os demais são a favor de rigor na apuração", diz Picler.

No momento, a posição dos vereadores do PDT é de não assinar. De acordo com o líder da bancada pedetista, Tito Zeglin, as informações passadas pela Urbs até o momento são satisfatórias, o que tornaria as investigações desnecessárias.

O vereador Jairo Marcelino vai além e diz acreditar que a CPI pode, inclusive, ser prejudicial ao município. De acordo com ele, caso não seja possível comprovar nenhuma irregularidade, os advogados da Consilux podem usar os relatórios para pedir indenizações pelo rompimento dos contratos da empresa com a Urbs. "É preciso tomar um cuidado muito grande", diz.

Apesar disso, segundo Zeglin, a bancada do partido não vai tomar nenhuma atitude isolada. Caso seja de entendimento dos filiados que a CPI deva ser instalada, a bancada pode assinar o requerimento. "Isso tudo tem de ser bem discutido, é uma questão delicada. Nós fazemos parte da bancada de apoio ao prefeito", relembra.

Eleições

A questão da Con­­silux esbarra nas eleições municipais de 2012, e pode expor um racha na base de apoio ao prefeito. O PDT já sinaliza que pode deixar o bloco para lançar uma candidatura própria. O nome favorito da direção estadual é o do ex-deputado federal Gustavo Fruet, atualmente no PSDB, que foi oficialmente convidado pelo presidente nacional, Carlos Lupi, para integrar o partido. Fruet ainda não respondeu ao convite.

Independentemente da decisão de Fruet, a direção nacional do PDT indicou aos diretórios regionais que lancem candidato próprio em todos os municípios com mais de 400 mil habitantes. Em outros estados, o partido já dá sinais nessa direção. Em São Paulo, por exemplo, onde o partido apoia o governador Geraldo Alckmin, os deputados pedetistas assinaram um pedido de CPI para investigar os pedágios do estado.

Apesar de ver com bons olhos uma candidatura própria, Zeglin acredita que ainda é cedo para deixar o bloco de apoio. "Não podemos fazer oposição por oposição. Temos de lembrar que o PDT ajudou a eleger o Ducci vice-prefeito", afirma. "Não dá para sair dando tapa no escuro." Além dos cinco vereadores do PMDB e do PT, Paulo Salamuni (PV), De­­nílson Pires (DEM), Julião Sobota (PSC), Caíque Ferrante (PRP), Jair Cézar e Professor Galdino (ambos do PSDB) já assinaram o requerimento.

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