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Um grupo de deputados e senadores do PDT lançou um manifesto contra a candidatura do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) a presidente da República. Os 10 deputados e 3 senadores que assinam o texto querem impedir que o partido decida pela candidatura própria na próxima segunda-feira, quando será realizada a convenção nacional do PDT, no Rio de Janeiro. O grupo alega que ao entrar na disputa presidencial, o partido corre o risco de não ultrapassar a cláusula de barreira. Também conhecida como cláusula de desempenho, a regra só permite aos partidos acesso ao Fundo Partidário e ao horário gratuito se obtiverem no mínimo 5% dos votos para a Câmara no país e se elegerem ao menos um deputado em cinco estados.

O documento que será apresentado na convenção nacional argumenta que "a verticalização restringe alianças e a candidatura própria determinará o isolamento do PDT tanto a nível nacional como em todos os estados." Segundo o manifesto, isso dificultará o desempenho do PDT nas disputas majoritárias e proporcionais. O deputado Alceu Collares (PDT-RS), acusou o presidente do partido, Carlos Luppi, de levar o partido para um fracasso eleitoral.

- A candidatura de Cristovam vai prejudicar o partido. Temos que ultrapassar a cláusula de barreira. Estamos alarmados com a teimosia do Carlos Luppi com a candidatura Cristovam. Até porque essa é uma candidatura neoliberal que não difere nem de Lula e nem de Alckmin. Vai ser um discurso desanimador. Não vamos passar de 1% na cláusula de barreira. O PDT corre o risco de desaparecer. Estamos com os nossos mandatos em jogo - criticou o deputado Alceu Collares.

Mesmo com a reação de um setor do partido, o senador Cristovam Buarque reafirmou que o seu nome está à disposição do PDT. Ele reconheceu a existência de um grupo que está desconfortável com a candidatura própria da legenda, mas argumentou que a maioria do partido pensa de forma diferente. Ele argumenta que o partido terá tempo na televisão, o que ajudará a legenda a ganhar visibilidade.

- Quem está contra a candidatura própria tem a obrigação de dizer. Mas é a convenção que vai decidir. E se tiver candidatura própria, o meu nome está à disposição. E se o partido não quiser, vou ajudar do mesmo jeito. Agora, diferente do que eles pensam, há uma visão majoritária no partido de que a candidatura própria ajuda o PDT a ultrapassar a cláusula de barreira - disse Cristovam.

O pré-candidato também considera que uma vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno pode levar o Brasil para uma situação semelhante à da Venezuela, país em que o presidente Hugo Chavez diz existir uma "democracia direta com o povo". Segundo ele, o fortalecimento eleitoral de Lula com uma vitória imediata sem base congressual pode levar o país para o "chavismo".

- Se não houver segundo turno, até a democracia corre risco. Caso Lula saia consagrado das urnas, ele vai ficar acuado para governar, sem maioria no Congresso. A tentação de Lula será de governar direto com o povo, como já faz Hugo Chavez na Venezuela. Poderemos ir para o caminho do "chavismo" - disse Cristovam.

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