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O ministro Antonio Palocci foi um dos articuladores do acordo entre PT e PMDB | Wilson Dias / Agência Brasil
O ministro Antonio Palocci foi um dos articuladores do acordo entre PT e PMDB| Foto: Wilson Dias / Agência Brasil

PTB, de olho em vaga na Câmara, vira o principal foco da insatisfação

Depois de conter a crise com o PMDB, o PT terá de apagar o foco de incêndio instalado no PTB, que está insatisfeito com o processo de eleição do presidente da Câmara. O PTB ameaça lançar um candidato próprio, o deputado Sílvio Costa (PE), para disputar o cargo com Marco Maia (PT-RS). Outra possibilidade é a de os petebistas apoiarem um nome alternativo, caso não seja garantida a manutenção do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) na quarta-secretaria da Casa.

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Brasília - O PT conseguiu ontem controlar momentaneamente a "fúria" dos peemedebistas por mais cargos no governo federal. Em conversas na noite de segunda-feira e ontem, os ministros da Casa Civil, Antonio Palocci (PT-SP), e das Relações Institucionais, Luiz Sérgio (PT-RJ), obtiveram uma trégua do PMDB. O compromisso foi firmado com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), o líder dos peemedebistas na Câmara dos Depu­­tados, Hen­­rique Eduardo Alves (RN), e outras lideranças da legenda. Depois das reuniões, lideranças dos dois partidos adotaram o mesmo discurso: agora o clima é de paz entre as duas legendas.

Em troca do fim das hostilidades, os peemedebistas foram liberados a discutir diretamente com ministros petistas nomeações para o segundo escalão das pastas controladas pelo PT. Dentre os cargos que mais interessam ao PMDB está o comando da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão subordinado ao Ministério da Saúde, do ministro petista Alexandre Padilha.

Nada de imprensa

O PMDB se comprometeu a não reclamar mais na imprensa de "traições" por parte dos petistas. Pelas conversas, o PMDB terá de assumir uma postura de "partido do governo" e sepultar as desavenças com o PT pelo menos até fevereiro, quando a Câmara e o Senado escolhem seus novos presidentes.

Peemedebistas também fizeram um gesto público ontem para mostrar compromisso com a candidatura do deputado Marco Maia (PT-RS) para a presidência da Câmara – que andava em risco diante da possibilidade de candidatos alternativos se lançarem e ganharem a simpatia dos insatisfeitos.

"Hoje foi selada a paz para a eleição de Marco Maia", anunciou o futuro líder do PT, Paulo Teixeira (SP). Na reunião, peemedebistas e petistas fizeram ainda uma checagem de nome por nome da bancada peemedebista para identificar possíveis dissidentes na eleição para a Câmara no dia 1.º de fevereiro.

O PMDB prometeu ainda, segundo Teixeira, a abortar a formação de um bloco parlamentar do partido com outras legendas da base (PP, PR, PTB e PSC). Esse blocão poderia chegar a 202 deputados, minando a força do PT – partido que elegeu a maior bancada com 88 deputados – e dificultando as negociações futuras da presidente Dilma Rousseff com a Câmara.

Também foi montada uma agenda de reuniões de Maia com deputados nos estados. As primeiras serão no Paraná e em Santa Catarina, estados governados por partidos de oposição, PSDB e DEM, respectivamente.

PSDB e DEM, por sua vez, anunciaram apoio a Maia depois que o petista prometeu cumprir a proporcionalidade para a distribuição dos cargos na Mesa. Por essa regra, os cargos são ocupados pelos partidos de acordo com o tamanho da bancada. O PSDB, por exemplo, poderá ficar com a primeira vice-presidência ou a primeira-secretaria, dependendo da escolha do PMDB, segundo maior partido na Câmara.

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