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O governador paulista José Serra na posse de Múcio, tendo ao fundo José Alencar e Lula: tucano diz que só definirá sua candidatura em março | Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
O governador paulista José Serra na posse de Múcio, tendo ao fundo José Alencar e Lula: tucano diz que só definirá sua candidatura em março| Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

Opinião

Decisão protelada

As definições recentes em Brasília sinalizam uma grande frente governista, com o PT apresentando a candidatura à Presidência da República e o PMDB à vice. Este pré-acordo eleitoral avançou e possibilita agregar mais cinco legendas: PDT, PCdoB, PR, PRB e PP. Esta grande aliança possibilitaria o dobro do tempo no programa eleitoral gratuito na tevê e reforça o bloco governista na alta popularidade do presidente Lula. Se no plano federal as decisões parecem estar encaminhadas, na política paranaense, tradicionalmente muito vinculada às movimentações do centro nacional, as decisões seguem proteladas e adiadas, aparentemente, até o ano que vem. O PT não produziu e nem apresenta consenso em nomes fortes e competitivos para o governo. O PMDB está em fim de ciclo político, de modo que Beto Richa e Osmar Dias ocupam as mais elevadas intenções de votos nas pesquisas para o governo. O prefeito de Curitiba tem apoio e cacife para uma candidatura, mas o PSDB perderia o comando de Curitiba, uma das mais importantes cidades administradas pelos tucanos. Ele enfrenta a presença de Alvaro Dias, que mesmo sem a força atual, o prestígio e o momento positivo de Richa, ainda pode ser uma sombra divisiva no PSDB. Já Osmar Dias repete o erro de campanhas anteriores, ao demorar e vacilar para comandar um posicionamento claro e definido no cenário político regional. Osmar acompanha a movimentação do PDT nacional na definição da Presidência para a sua decisão regional? O fato é que qualquer campanha para governador precisa ser sustentada e ao mesmo tempo sustentar uma das campanhas presidenciais. Se a eleição nacional apresentar uma dimensão plebiscitária, a mesma dinâmica partidária nacional tende a se repetir e pautar a maioria das eleições nos estados, como tudo indica.

Ricardo Costa de Oliveira, sociólogo da UFPR.

  • Confira na íntegra a nota oficial emitida pelas direções nacionais do PT e do PMDB

Brasília - A ala do PMDB contrária à aliança do partido com o PT vai trabalhar nos bastidores para que o acordo, formalizado terça-feira à noite, não saia do papel. Ao classificar o acordo com o PT de "precipitado", os dissidentes prometem cobrar da cúpula da legenda a liberação dos seus filiados para que escolham quem irão apoiar na corrida à Presidência da República.

"Esse acordo é de um amadorismo incompreensível. Foi uma coisa precipitada que não respeitou a natureza do PMDB. A direção do PMDB não levou em conta o que foi adotado nas duas últimas eleições de Fernando Henrique e do Lula. Acho que o melhor seria liberar o partido até pela tendência que a legenda sempre adotou", disse o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).

Os dissidentes defendem que o PMDB apoie o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ao Palácio do Planalto – apesar de os tucanos não terem definido o nome do can­­­­didato à Presidência. Serra disputa com o governador Aécio Neves (PSDB-MG) a indicação dos tucanos.

Nos bastidores, os peemedebistas cobram a definição do PSDB para que possam pressionar a cúpula da legenda a mudar de ideia em relação ao apoio à candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Na defesa da aliança com o PT, a presidente interina do PMDB, Íris de Araújo (GO), admite que o partido não terá unidade em torno de uma única candidatura. "Esse foi um pré-compromisso (com o PT). O nosso rumo definitivo só vai sair após a convenção do partido. Nós temos que ser realistas e respeitar as vozes que vêm da base. Não é questão de cumprir ou não cumprir o compromisso. A decisão virá depois de acertos regionais", afirmou.

Para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o partido deve manter a aliança firmada com o governo federal desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Sil­­­va assumiu a Presidência. Sar­­­­ney defende que o presidente da Câma­­­ra, Michel Temer (PMDB-SP), dispute a vice-presidência na chapa de Dilma.

PT e PMDB formalizaram terça-feira à noite um pré-acordo em torno da pré-candidatura de Dilma à Presidência da República. Pelo acordo, o PMDB indicará o vice da chapa de Dilma. Os dois par­­­tidos divulgaram nota ontem explicando os termos do pré-acordo. De acordo com a nota, PT e PMDB levarão o pré-compromisso "às instâncias partidárias, construindo soluções conjuntas para as alianças regionais".

O pré-acordo eleitoral formalizado entre o PT e o PMDB vai ga­­­­ran­­­tir a Dilma Rousseff o dobro de tem­­­­­­po de propaganda gratuita na te­­­vê. O interesse do PT está no fato de o PMDB ser hoje a principal le­­­genda do país, com o maior nú­­­­me­­­ro de prefeitos e congressistas. Por isso, tem o maior tempo de tevê no horário eleitoral gratuito da campanha.

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