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Caso Cachoeira

Perillo age para evitar constrangimentos na CPI

Governador tucano quer evitar constrangimentos na comissão e tentar virar a página das acusações de ligação com o contraventor Carlinhos Cachoeira

Perillo, governador de Goiás | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Perillo, governador de Goiás (Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo)

O governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, deflagrou uma operação para preparar o terreno do seu depoimento à CPI do Cachoeira, marcado para a próxima terça-feira (12). Perillo tem agido em duas frentes: uma fora do partido, na mira dos parlamentares da comissão; e outra dentro do seu partido, o PSDB que tem tentado defendê-lo publicamente.

Perillo quer evitar constrangimentos na comissão e, nas palavras de um correligionário, tentar "virar a página" das acusações de ligação com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

O primeiro movimento foi feito pelo suplente de Perillo, o senador Cyro Miranda (PSDB-GO), nesta quarta-feira (6) pela manhã durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Falando em nome do governador, Miranda disse ao senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) que Perillo gostaria de conversar com ele antes de ir à CPI. O governador, disse o suplente, queria apresentar sua defesa possivelmente no domingo ou na segunda-feira, véspera do depoimento.

Randolfe, porém, sugeriu que a conversa seja realizada na presença de um grupo de parlamentares tidos como independentes: o senador Pedro Taques (PDT-MT) e os deputados Miro Teixeira (PDT-RJ) e Rubens Bueno (PPS-PR), líder de seu partido na Câmara.

O senador do PSOL, que até o final da tarde não havia consultado os colegas sobre a proposta, ficou de dar uma resposta a Miranda. "Se a intenção é de amolecer meu coração, não surtirá efeito. A mesma coisa que eu perguntar para ele separadamente, vou perguntar publicamente", afirmou Randolfe à Agência Estado. O parlamentar disse que será difícil compatibilizar as agendas de todos com a de Perillo.

A situação política do governador piorou na terça-feira após o empresário Walter Paulo Santiago ter dito que comprara em julho de 2011 uma casa do governador, avaliada em R$ 1,4 milhão, em dinheiro vivo.

Foi nessa casa que Cachoeira foi preso pela Polícia Federal, em 29 de fevereiro. Perillo sustenta a versão de que recebeu três cheques pela venda do imóvel, repassados pelo ex-vereador Wladimir Garcez (PSDB), que intermediou a negociação. Segundo a PF, os cheques foram emitidos em nome de Leonardo de Almeida Ramos, sobrinho do contraventor.

Perillo também terá de responder na comissão sobre a acusação feita pelo jornalista Luiz Carlos Bordoni de que uma empresa do esquema de Cachoeira saldou uma dívida de campanha de 2010. O governador nega. Essas revelações aumentaram a pressão para quebrar os sigilos bancário, fiscal e telefônico de Perillo, cujo pedido, diante de protestos da bancada do PSDB, foi abortado no final do mês passado na CPI.

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