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Marconi Perillo (PSDB), governador de Goiás e Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI do Cachoeira | Ueslei Marcelino/Reuters e Saulo Cruz/Ag. Câmara
Marconi Perillo (PSDB), governador de Goiás e Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI do Cachoeira| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters e Saulo Cruz/Ag. Câmara

Petista

Depoimento do ex-chefe de gabinete beneficia Agnelo Queiroz

Agência Estado

Enquanto os depoimentos prestados nesta semana à CPI mista do Cachoeira complicaram a situação do governador Marconi Perillo (PSDB-GO), a presença do ex-chefe de gabinete do governador do Distrito Federal Cláudio Monteiro à comissão acabou favorecendo a imagem de Agnelo Queiroz (PT). No depoimento prestado ontem, Cláudio Monteiro disse que o governador Agnelo jamais teve qualquer contato com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

"Posso lhe assegurar que o senhor Carlos Cachoeira nunca ligou para o gabinete do governador Agnelo Queiroz", afirmou Monteiro. Ele reforçou, ainda, que nunca teve qualquer contato com Cachoeira. Questionado sobre o motivo pelo qual seu nome aparece em telefonemas trocados pelo grupo de Cachoeira, o ex-chefe de gabinete disse que as pessoas gostam de "vender prestígio".

Contudo, Monteiro admitiu ter se reunido por duas vezes no ano passado com o ex-diretor regional da Delta Construções Cláudio Abreu para tratar do contrato de lixo do Distrito Federal. Sem se lembrar com detalhes dos encontros, ele disse que recebeu Abreu para discutir uma solicitação envolvendo o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), estatal que cuida do lixo na capital. A conversa girou em torno da precariedade dos serviços prestados pela Delta.

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o relator da CPI Mista do Cachoeira, o deputado Odair Cunha (PT-MG), trocaram farpas por meio da imprensa ao longo do dia de ontem. Primeiro Perillo cobrou isenção de Cunha na condução dos trabalhos da comissão e disse que o deputado não deve ser "cabo de chicote" de terceiros. No fim da tarde, o parlamentar rebateu o recado do tucano e disse que não iria se "intimidar com qualquer tipo de declaração, de qualquer pessoa".

A semana na CPI do Ca­­choeira foi ruim para Perillo, devido aos depoimentos dos arquiteto Alexandre Milhomem e do jornalista Luiz Carlos Bordoni. Declarações dos dois reforçaram as suspeitas de que há uma relação entre o governador de Goiás e o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Em reação aos depoimentos, os tucanos acusaram o relator da CPI de direcionar os trabalhos da comissão para prejudicar o governador de Goiás.

As falas de Cunha após os depoimentos ajudaram a reforçar as críticas a ele. Na terça-feira, Cunha afirmou, após depoimento de Milhomem, que Perillo havia mentido à CPI ao negar que tenha vendido sua casa para Cachoeira. Em seu depoimento, Milhomem afirmou que foi contratado por Cachoeira para decorar a casa vendida por Perillo, dois meses antes da escritura do imóvel ser registrada em cartório em nome de um outro empresário, Walter Paulo Santiago.

Anteontem, depois do depoimento de Bordoni, o petista voltou a ser assertivo contra o governador goiano. Ele afirmou que parte da campanha do tucano foi bancada com dinheiro de caixa 2 – acusação feita pelo jornalista.

Questionado se já haveria elementos para indiciar Perillo pelo crime de perjúrio, quando alguém mente em um depoimento, Cunha disse ontem que vai aguardar para fazer uma reflexão melhor. "O que nós estamos é atrás da verdade", afirmou. E destacou: "Agora, o governador não vai intimidar este relator ou qualquer um membro da CPI de cumprir o seu papel, que é investigar".

Defesa

Perillo falou ontem também sobre os depoimento da semana. Em relação à venda da casa, ele disse que deu todas as explicações sobre o negócio durante o seu depoimento à CPMI do Cachoeira, no último dia 12 de junho. Em relação ao depoimento de Bordoni, o governador afirmou que está processando o jornalista e que ele vai ter de provar as acusações que estão sendo feitas.

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